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SBOC REVIEW

Resultados reprodutivos em mulheres depois do câncer de mama com ou sem preservação da fertilidade

Resumo do artigo:

Com o aumento da sobrevida das mulheres com câncer de mama, questões como práticas de preservação de fertilidade vem ganhado mais atenção, sendo os desfechos reprodutivos a longo prazo pouco conhecidos. O artigo trata de um estudo de uma coorte nacional sueca que foi conduzida para investigar os resultados reprodutivos de mulheres com câncer de mama que realizaram preservação da fertilidade. A população comparada foi a de mulheres com câncer de mama que não realizaram preservação de fertilidade.

O objetivo primário foi avaliar as taxas de nascidos vivos e tratamento com reprodução assistida nas pacientes com câncer de mama com ou sem preservação da fertilidade. O tratamento de escolha para preservação da fertilidade na mulher é pela criopreservação de óvulos e embriões após estimulação ovariana. Estudos recentes demonstram segurança do estímulo ovariano na paciente com câncer de mama.

Foram avaliadas 425 mulheres que fizeram preservação de fertilidade entre o período de 1994 e 2017 através dos registros da população sueca. As mulheres que fizeram preservação da fertilidade tinham menor paridade (71% eram nulíparas comparado com 20% do grupo não exposto), eram mais jovens, mais frequentemente tinham tumores receptor hormonal positivo e fizeram mais quimioterapia.

Observamos um aumento de mais de duas vezes nas taxas de nascidos vivos, foram 22% das mulheres que fizeram preservação da fertilidade e 8% do grupo não exposto. As taxas com tecnologia de reprodução assistida foram de 30% em mulheres sem preservação de fertilidade e 42% em mulheres com preservação de fertilidade.

 

Reproductive Outcomes After Breast Cancer in Women With vs Without Fertility Preservation. Marklund A et al. JAMA Oncol. Published online November 19, 2020. doi:10.1001/jamaoncol.2020.5957.
Resultados reprodutivos em mulheres depois do câncer de mama com ou sem preservação da fertilidade.

 

Comentário da avaliadora científica:

Aproximadamente 10% das pacientes com câncer de mama tem idade menor de 45 anos, sendo que metade dessas mulheres desejam engravidar depois do tratamento.

A preservação de fertilidade nas mulheres que tiveram câncer de mama foi associada a maior taxa de nascidos vivos e ao uso de tecnologia de reprodução assistida sem associação com diminuição de sobrevida dessas pacientes.

A taxa de gravidez em mulheres com história de câncer de mama é, em média, 40-60% menor do que a população geral. Sendo interessante aumentar as possibilidades de gravidez dessa paciente.

O resultado dessa coorte nacional indica que é possível engravidar após o câncer mama com ou sem preservação da fertilidade. Contudo, a preservação aumenta as taxas de sucesso sem aumento de risco para a paciente.

 

Avaliadora científica
Dra. Fernanda Cesar Moura
Oncologista do Hospital Sírio-Libanês (DF), Hospital Daher e Hospital de Base do DF.
Ex-residente de oncologia do INCA.