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SBOC REVIEW

SABCS 2017 – doença localizada

Abstract GS4-04. Hershman, DL e cols. Randomized blinded sham and waitlist-controlled trial of acupuncture for joint symptoms related to aromatase inhibitors in women with early stage breast cancer (S1200)

Este estudo randomizou pacientes (2:1:1) com diagnóstico de dor articular (>3/10) após o uso de inibidor de aromatase para receber acupuntura real versus acupuntura placebo versus controle. O objetivo primário foi avaliar a diminuição de dor através da escala de dor após seis semanas do início do tratamento. Em seis semanas, houve uma diminuição da dor articular relatada no grupo da acupuntura real quando comparado com acupuntura placebo (HR 0.92 p<0.001) e com o grupo controle (HR 0.96 p<0.001). Este efeito permaneceu após 12 semanas do término da intervenção.

Abstract GS4-01.  Lambertini, M e cols. Pooled analysis of five randomized trials investigating temporary ovarian suppression with gonadotropin-releasing hormone analogs during chemotherapy as a strategy to preserve ovarian function and fertility in premenopausal early breast cancer patients

Interessante meta-análise que avaliou a realização de supressão ovariana durante quimioterapia adjuvante para preservação de função ovariana com análogo de GnRH e fertilidade. Foram incluídos cinco estudos clínicos randomizados, totalizando 873 pacientes. O objetivo primário era taxa de insuficiência ovariana primaria (POI) e taxa de gestação após o tratamento. POI foi significativamente inferior em pacientes que receberam supressão ovariana quando comparado com pacientes do grupo controle (14.1% vs 30.9% OR 0.38, 95%CI 0.26-0.57), sendo significante em todos os subgrupos avaliados. A taxa de gestação pós-tratamento foi superior no grupo da supressão ovariana (10.3% vs 5.5% IRR 1.83 95% CI 1.06- 3.15, p<0.03) e não houve diferença em desfechos oncológicos.

Abstracts GS4-02 e GS4-03

GS4-02 – Pagani, O e cols. Randomized comparison of adjuvant aromatase inhibitor exemestane (E) plus ovarian function suppression (OFS) vs tamoxifen (T) plus OFS in premenopausal women with hormone receptor positive (HR+) early breast cancer (BC): Update of the combined TEXT and SOFT trials

GS4-03 – Fleming, G e cols. Randomized comparison of adjuvant tamoxifen (T) plus ovarian function suppression (OFS) versus tamoxifen in premenopausal women with hormone receptor-positive (HR+) early breast cancer (BC): Update of the SOFT trial

Atualização de seguimento de nove anos da análise combinada do TEXT+SOFT comparando tratamento hormonal adjuvante com supressão ovariana + tamoxifeno versus supressão ovariana + exemestano. O desfecho primário foi DFS e os desfechos secundários foram OS, intervalo livre de câncer de mama (BCFI) e intervalo livre de recorrência a distância (DRFI). Ressaltando que cerca de 40% dos pacientes tinham linfonodo acometido e cerca de 60% receberam quimioterapia adjuvante, o estudo manteve a superioridade do exemestano comparado com tamoxifeno em DFS (86.8% vs 82.8% HR 0.77 95%CI 0.67-0.90, p<0.05), em DRFI (91.8% vs 89.7% HR 0.80 95%CI 0.66-0.96, p<0.05) e BCFI (89.3% vs 85.2% HR 0.7495%CI 0.63-0.87, p<0.05). Não houve diferença em OS entre os braços (93.4% vs 93.3% HR 0.98 95%CI 0.79-1.22 p=0.84). Pacientes no grupo exemestano apresentaram maior taxa de efeitos adversos relacionados a menopausa e maior taxa de descontinuação do tratamento.

Atualização de seguimento de oito anos do SOFT comparando tratamento hormonal adjuvante com supressão ovariana + tamoxifeno versus supressão ovariana + exemestano versus tamoxifeno isolado. O desfecho primário foi DFS e os desfechos secundários foram OS, intervalo livre de câncer de mama (BCFI) e intervalo livre de recorrência a distância (DRFI). DFS foi superior quando comparado supressão ovariana + tamoxifeno versus tamoxifeno isolado (83.2 vs. 78.9% HR 0.76 95%CI 0.62-0.93 p<0.05), e supressão ovariana + exemestano versus tamoxifeno isolado (79.9% vs. 85.9% 95%CI 0.53-0.81 p<0.05). DRFI foi superior apenas no braço supressão ovariana + exemestano comparado tamoxifeno isolado (HR 0.73 95%CI 0.55-0.96). OS mostrou-se superior no braço da supressão ovariana + tamoxifeno comparado a tamoxifeno isolado (HR 0.67 95%CI 0.48-0.92), mas ainda imatura no braço do exemestano+ supressão ovariana.

Abstract GS1-01 Increasing the dose density of adjuvant chemotherapy by shortening intervals between courses or by sequential drug administration significantly reduces both disease recurrence and breast cancer mortality: an EBCTCG meta-analysis of 21,000 women in 16 randomized trials

Meta-análise com dados individuais de 25 estudos clínicos randomizados, totalizando 34.122 pacientes que avaliou a utilização de quimioterapia em dose-densa (2 semanas) versus quimioterapia padrão (3 semanas). Foi comparado também o uso sequencial versus concomitante das medicações. Ao comparar-se as mesmas drogas em esquema dose-densa versus padrão, houve uma maior taxa de recorrência no esquema padrão (28.3% vs 24.0% RR 0.83 95%CI 0.76-0.91, p<0.05), assim como maior taxa de mortalidade câncer específica em 10 anos (19.6% vs 16.8% RR 0.86 95% IC 0.77-0.95, p<0.05). Tal benefício foi observado tanto em pacientes RE+ quanto em RE -, e não houve diferença entre os grupos em mortes sem recorrência e mortalidade geral. Em todos os esquemas em que foram usadas drogas sequenciais vs concomitante, os esquemas sequenciais se mostraram superiores.

Abstract GS3-03 Survival analysis of the prospectively randomized phase III GeparSepto trial comparing neoadjuvant chemotherapy with weekly nab-paclitaxel with solvent-based paclitaxel followed by anthracycline/cyclophosphamide for patients with early breast câncer

Este estudo fase III randomizou (1:1) pacientes para comparar o esquema EC-T (epirrubicina + ciclofosfamida) com EC+ nab-paclitaxel no cenário neoadjuvante. O objetivo primário era a taxa de resposta patológica completa (ypT0ypN0) e os objetivos secundários eram OS e DFS.  Houve uma maior taxa de resposta patológica completa no braço do nab-paclitaxel (38% vs. 29%, p<0.001), com maior benefício em pacientes triplo-negativo (48% vs 26%, p<0.001). DFS em quatro anos foi superior no braço do nab-paclitaxel com 83.5% versus 76.2% (95% CI 80.2-86.4, HR 0.69, 95%IC 0.54-0.89). Não houve diferença significante em OS entre os braços (HR 0.83 95%IC 0.59-1.17).

Pedro Exman, MD.
Fellow de Oncologia Clínica no Dana-Farber Cancer Institute/Harvard Medical School, residência de Clínica Médica no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) e residência de Oncologia Clínica no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) da FMUSP, médico graduado pela FMUSP