SBOC REVIEW
SBOC Review ASCO 2017 – Tumores do Sistema Nervoso Central
Abstract 1 – Mizuhiko Terasaki, Randomized, double-blind, phase III trial of a personalized peptide vaccination for human leukocyte antigen-A24-positive glioblastoma multiforme patients refractory to temozolomide-based therapy. No = 2000
Vacinação com peptídeo personalizado (PPV) foi testada nesse estudo fase III em pacientes com glioblastoma multiforme (GBM) antígeno leucocitário (HLA)-A24-positivo refratários a Temozolamida (TMZ). Em razão 2:1, 88 pacientes foram randomizados entre tratamento com PPV (n = 58) e best supportive care (BSC)(n = 30). Quatro peptídeos, de 12 pré-estabelecidos, eram escolhidos de acordo com o nível sérico de IgG pré-vacinação e administrados por via subcutânea. O objetivo primário do estudo, sobrevida global (SG), não foi alcançado. Performance status (PS) 3, nível sérico prévio elevado de fator de estimulação de colônia de macrófagos (GM-CFS), e PPV contendo peptídeo derivado de SART2 foram fatores prognósticos desfavoráveis. Assim, seguiu-se com analise de 78 pacientes com PS de 0 a 2 (50 PPV e 28 BSC). Neste subgrupo, a SG de 39 pacientes do braço PPV com baixo nível sérico de GM-CSF (< 0.9 pg/mL) ou vacinação que não incluía peptídeo derivado de SART2 (10.4 meses, IC 95% 7.8-12.0 meses) foi significativamente (p = 0.03) maior que a dos correspondentes 19 pacientes no braço BSC (6.8, 4.6-12.7). Em contraste, a SG mediana dos pacientes que tinham tanto nível sérico elevado de GM-CSF (> 0.9 pg/mL) quanto vacinação com inclusão de peptídeo derivado de SART2 foi significativamente (p = 0.01) mais curta no braço PPV (n = 10; 4.1m, 1.1-8.3) que no braço BSC (n = 9, 1.6-não alcançada).
Abstract 2 – Solmaz Sahebjam, Histopathologic review of suspected disease progression in patients with recurrent glioblastoma (GBM) receiving nivolumab ± ipilimumab: CheckMate 143. No = 2001
Para pacientes com GBM, distinguir progressão de doença (PD) de efeitos relacionados à imunoterapia através de neuroimagem é desafiador. A avaliação histopatológica pode demonstrar a atividade desse tratamento em GBM e potencialmente minimizar a descontinuação prematura da terapia. Foram apresentados os dados neuropatológicos de pacientes com GBM recorrente, tratados no CheckMate 143, que se submeteram a biópsia/ressecção por suspeita de progressão. Os pacientes receberam nivolumabe 3 mg/kg (nivo 3) a cada 2 semanas ou nivo 3 + ipilimumabe 1 mg/kg (ipi 1) a cada 3 semanas × 4 doses seguido de nivo 3 a cada 2 semanas. Tecidos coletados de pacientes com suspeita de progressão radiológica foram central e cegamente revisados por 2 neuropatologistas. Efeito do tratamento foi definido como ≥30% necrose/alterações reacionais e ≤50% de tumor viável por área em amostras pós-tratamento ou alteração morfológica significativa da biópsia prévia quando disponível. Os resultados foram comparados com os de biópsia pré-tratamento e com controles de pacientes com GBM tratados com terapia padrão. Dos pacientes tratados com nivo 3 (n = 20) ou nivo 3 + ipi 1 (n = 1), 13 tiveram possivelmente efeitos relacionados ao tratamento e 8 com PD, sem nenhuma evidencia de efeitos da terapia. Efeito do tratamento não foi relacionado à idade, metilação de MGMT ou expressão de PD-L1.
Abstract 3 – David Michael Hyman, Vemurafenib in patients with BRAFV600 mutant glioma: A cohort of the histology-independent VE-basket study. No = 2004
Alterações de BRAFV600 já foram identificadas em proporção substancial de gliomas, incluindo GBM, astrocitomas, astrocitoma pilocítico juvenil (JPA) e xantoastrocitoma pleomórfico (PXA). Este estudo fase II (VE-BASKET) estudou a ação do Vemurafenibe, um seletivo inibidor de BRAFV600, em pacientes com tumores não-melanoma positivos para a mutação. Os dados relativos aos pacientes com gliomas recorrentes foram apresentados. O objetivo primário do estudo foi taxa de resposta e os secundários incluíram beneficio clinico (reposta completa confirmada, resposta parcial ou doença estável ≥6 meses), SLP, SG e toxicidade. Vinte e quatro pacientes com gliomas foram tratados. Entre pacientes com glioma de alto grau (n=11), 1 apresentou resposta parcial (RP) e 5 doença estável (DE), 2 destes com resposta persistente por 12.9 meses (GBM) e 14.9 meses (Astrocitoma Anaplásico). Em pacientes com PXA (n = 7), um paciente apresentou resposta completa (RC), 2 RP e 3 DE. Um paciente com JPA e 1 com ganglioglioma alcançaram RP. Os eventos adversos mais frequentes englobaram artralgia (67%), nevus melanocítico (38%), eritrodisestesia palmo-plantar (38%), foto-sensibilidade (38%) e alopecia (33%).
Caroline Chaul Barbosa, MD.
Graduação pela Universidade Federal do Ceara.
Residência em Clínica Médica no HC-FMUSP
Residência em Oncologia Clínica no ICESP/FMUSP.
Neuro-Oncology fellowship no Memorial Sloan Kettering Cancer Center, Nova York, EUA.