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SBOC REVIEW

SBOC Review ESMO 2016 – Tumores Ginecológicos

Abstract 1 –M.R. Mirza, A randomized, double-blind phase 3 trial of maintenance therapy with niraparib vs placebo in patients with platinum-sensitive recurrent ovarian cancer (ENGOT-OV16/NOVA Trial). No = LBA3_PR

Estudo fase III, duplo-cego que randomizou (2:1) pacientes portadoras de tumor seroso de ovário recorrente, de alto grau, sensíveis à platina, que tinham realizado pelo menos duas linhas de tratamento prévio para receber niraparibe 300 mg/dia (inibidor da poliadenosina difosfato ribose – PARP) versus placebo. Elas foram categorizadas de acordo com a presença ou ausência de mutação do BRCA. O objetivo primário foi sobrevida livre de progressão (SLP).
O estudo recrutou 553 pacientes (203 no grupo de mutação do BRCA e 350 no grupo com ausência da mutação). O grupo das pacientes com presença de mutação do BRCA apresentou a maior diferença de SLP (21 x 5,5 meses – HR: 0,27, IC 95% 0,17-0,41, p < 0,001). O benefício em SLP também foi evidenciado no grupo de pacientes não tinham mutação do BRCA e que possuíam deficiência de recombinação homóloga (12,9 x 3,8 meses - HR: 0,38, IC 95% 0,24-0,59, p < 0,001) e no grupo sem mutação no BRCA (9,3 x 3,9 meses - HR: 0,45, IC 95% 0,34-0,61, p < 0,001). Ao final da análise do estudo, 109 pacientes permaneciam em tratamento, 93 em uso de niraparibe. As toxicidades mais frequentes foram hematológicas: trombocitopenia 33,8%, anemia 25,3%, neutropenia 19,6% e ressalta-se também a incidência de síndrome mielodisplásica (SMD) em 1,4%. Comentário- Os resultados deste trial sugerem que o niraparibe foi capaz de produzir benefício clínico independente do status do BRCA, com aumento da sobrevida livre de progressão em pacientes com câncer de ovário recorrente sensíveis à platina. O perfil de toxicidade da droga foi semelhante aos outros inibidores de PARP, com necessidade de alterações de dose, contudo sem prejuízos à eficácia do tratamento e à qualidade de vida. * A integra do trabalho esta publicada no NEJM – Mirza e cols. NEJM 2016 PMID:27717299 

Abstract 2 – I Vergote, Results of a phase 2 trial of selinexor, na oral selective inhibitor of nuclear export (SINE) in 114 patients with gynaecological cancers. No = 8540.

Selinexor é o primeiro inibidor da classe da Exportina 1 (XPO1) que exporta proteínas supressoras de tumor para o núcleo, levando a célula à apoptose. O desfecho primário foi taxa de controle de doença (DCR) por pelo menos 12 semanas e foram incluídas pacientes com câncer de ovário platino-resistentes/refratário e pacientes com câncer de endométrio/colo de útero que tenham progredido após uma ou mais linhas de tratamento. O estudo mostrou DCRs de 49%, 45% e 26% para câncer de ovário, endométrio e colo de útero, respectivamente, com duração mediana da resposta de 20 semanas. Os eventos adversos mais comuns foram náuseas, vômitos, anorexia e fadiga.

Comentário – Selinexor teve atividade antitumoral em pacientes com câncer de ovário e endométrio politratadas, porém são necessários estudos fase 3 que validem a droga.

Abstract 3 – R.S. Kristeleit, Clinical activity of the poly (ADP-ribose) polymerase (PARP) inhibitor rucaparib in patients (pts) with high-grade ovarian carcinoma (HUOG) and a BRCA mutation (BRCA mut): Analysis of pooled data from Study 10 (parts 1, 2a and 3) and ARIEL 2 (parts 1 and 2). No= 8560.

Esta análise avaliou pacientes portadoras de câncer de ovário de alto grau, incluídas no Study 10 e Ariel 10 e que possuíam mutações germinativas deletérias ou somáticas do BRCA e tivessem feitos 2 ou mais linhas de tratamentos contendo platinas. As pacientes recebiam rucaparibe 600 mg/bid e o objetivo primário foi SLP. A SLP mediana foi 10 meses, estando 79% das pacientes vivas após 6 meses do início do tratamento e 41% após 12 meses. A taxa de resposta objetiva global (ORR) foi 53,8%, com duração mediana de resposta de 9,2 meses, sendo o maior benefício observado nas pacientes platino-refratário/resistentes. As toxicidades mais frequentes foram náuseas (76,9%), astenia (76,7%), vômitos (46,2%) e anemia (43,8%) e SMD for observada em < 1% das pacientes. Comentário – Rucaparibe, como agente único, mostrou importante atividade em pacientes com câncer de ovário de alto grau, portadoras de mutação do BRCA, já submetidas a múltiplos esquemas de tratamento. São necessários estudos fase 3 para aprovação da medicação e comparação da mesma com o tratamento padrão. 

Inacelli Caires, MD.

Oncologista Clínica da Multihemo/Grupo Oncoclínicas, e do Hospital de Câncer de Pernambuco, Recife-PE.