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SBOC REVIEW

SBOC Review ESMO 2016 – Tumores neuroendócrinos

Abstract 1 – R. Buzzoni et al. Impact of prior therapies on everolimus treatment in the subgroup of patients with advanced lung neuroendocrine tumors (NET) in the RADIANT-4 trial R. No 421PD

Análise do subgrupo de pacientes com tumores neuroendócrinos (TNE) de pulmão do estudo de fase III placebo controlado RADIANT-4, de everolimo em TNE bem diferenciado nao pancreastico e não-funcionante, mostrou sobrevida livre de progressão de 9,2 vs 3,6 meses (HR, 0,50; 95% CI, 0,28-0,88) em favor do everolimo. Outras analises de subgrupos de acordo com tipo de terapia previa (análogo de somatostatina, terapia com radioisótopo, quimioterapia) confirmaram benefício em sobrevida livre de progressão mediana em favor do braço de everolimo vs placebo.

Comentário: as analises de subgrupo de TNE pulmonar do estudo RADIANT-4 sugerem que o benefício do uso de everolimo é semelhante, independente de terapias prévias. A implicação clínica [e de que everolimo pode ser utilizado tanto em 1a linha como após falha de análogos de somatostatina, por exemplo. Estas sub analises, porem, não descreveram o perfil de toxicidade de everolimo de acordo com terapias prévias, dado muito importante para a tomada de decisão de sequencia de tratamento em TNE.

Abstract 2 – S. Pusceddu, et al. Metformin impact on progression-free survival in diabetic patients with advanced pancreatic neuroendocrine tumors (pNET) receiving everolimus and/or somatostatin analogues. The PRIME-NET (Pancreatic multicentric, Retrospective, Italian MEtformin) study. No 417O

Estudo retrospectivo multicêntrico italiano de 445 pacientes com tumores neuroendócrinos de pâncreas (pNETs) tratados com everolimo +/- análogo de somatostatina foram avaliados quanto a sobrevida livre de progressão de acordo com status glicêmico (46,7% normoglicêmicos) e uso de metformina para tratamento de hiperglicemia/diabetes (25% destes receberam metformina 2 20,4%, insulina). A sobrevida livre de progressão mediana foi de 32 meses entre os hiperglicêmicos/diabéticos vs 15,1 meses entre os normoglicêmicos (HR: 0,63, p=0,0002). Já no subgrupo de hiperglicêmicos/diabéticos, a sobrevida livre de progressão mediana foi de 20.8 meses para quem recebeu insulina e 44.2 meses para grupo de metformina (HR vs normoglicêmicos: 0,45, p<0,0001). Comentário: ainda que este estudo sugira o papel antitumoral da metformina em pNETs, estudo randomizados são necessárias para que esse efeito seja comprovado. Isso porque inúmeros vieses e fatores de confusão podem ter influenciado os resultados, como causas de diabetes, dose e tempo de uso de metformina, efeito da metformina em normoglicêmicos, interação medicamentosa que aumentou efeito do everolimo, entre outros. No entanto, para pacientes que desenvolvem hiperglicemia relacionada a everolimo, considerar metformina como hipoglicemiante de escolha.

Abstract 3 – R.D.M. Linck et al. Damaging germline variants in TSC2 are frequently found among nonsyndromic patients with gastroenteropancreatic (GEP) neuroendocrine tumors (NETs). No 428PD

Estudo multicêntrico brasileiro que avaliou a presença de mutações germinativas deletérias no sangue periférico de 93 pacientes com TNE gastroenteropancreáticos e sem história familiar. Oito genes associados com TNE (TSC2, TSC1, MEN1, VHL, NF1, RET, TP53 e FLCN) foram analisados através de NGS. Mutações germinativas deletérias foram identificadas em 10 (10,8%) pacientes, 7 encontradas no gene TSC2. Não se observou diferenças demográficas ou sítio primário entre os pacientes com ou sem mutações.

Comentário: Síndromes genéticas conhecidamente associadas a TNE incluem as Neoplasias endócrinas múltiplas tipos I e II, von Hippel Lindau, Neurofibromatose I, que comumente se associam a historia familiar e TNE em idade precoce. No entanto, pouco se sabe sobre mutações germinativas em pacientes com TNE sem historia familiar. Este estudo traz uma informação original ao identificar mutações em TSC2. Porém, não está claro como deve ser feito o aconselhamento genético dos pacientes e seus familiares.

Rachel Riechelmann, MD, PhD.
Oncologista, Chefe da Pesquisa Clínica – Instituto do Câncer do Estado de São Paulo; Oncologista do Hospital Sírio-Libanês; Diretora do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais