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SBOC REVIEW

SBOC Review – IASLC 17TH World Conference on Lung Cancer

Abstract 1 – De Castro Jr et al, First-Line Ceritinib Versus Chemotherapy in Patients With ALK-Rearranged (ALK+) NSCLC: A Randomized, Phase 3 Study (ASCEND-4)

Trata-se de um estudo aleatorizado de fase III que comparou ceritinibe, um inibidor de ALK de segunda geração, versus um regime de quimioterapia moderno, que consistiu em um doublet de platina contendo pemetrexed, seguido de pemetrexede de manutenção, em pacientes portadores de carcinoma de pulmão não pequenas células não-escamoso metastático, ALK positivos por imunohistoquímica com revisão central. O estudo recrutou 376 pacientes sem tratamento sistêmico prévio. Ressalte-se que 61% eram não tabagistas e 32% tinham metástases cerebrais (destes, 75% com metástases cerebrais ativas). O estudo foi positivo, sendo observada uma sobrevida livre de progressão superior nos pacientes tratados com ceritinibe: 16,6 versus 8,1 meses (HR 0,55; p<0,001). Ceritinibe também foi associado a maior taxa de resposta (72,5 vs. 26,7%), além de maior taxa de resposta intracraniana (72,7 vs. 27,3%). Cabe ressaltar que a sobrevida livre de progressão foi 26,3 e 10,7 meses entre os pacientes sem e com metástases cerebrais, respectivamente. Eventos adversos como razão primária de descontinuação do tratamento ocorreram em 5,3% dos pacientes tratados com ceritinibe e 11,4% daqueles tratados com quimioterapia, sendo diarreia, náuseas, vômitos e elevação de enzimas hepáticas os mais frequentes entre os pacientes que receberam ceritinibe. Por fim, os pacientes tratados com ceritinibe apresentaram escores de qualidade de vida superiores.

Conclusão: Ceritinibe passa a ser uma nova opção de tratamento de primeira linha dos pacientes com carcinoma de pulmão não pequenas células não-escamoso metastático, ALK positivos.

Abstract 2 – Papadimitrakopoulou et al, Randomised Phase III study of osimertinib vs platinum-pemetrexed for EGFR T790M-positive advanced NSCLC (AURA3)

O AURA3, estudo de fase III publicado recentemente no The New England Journal of Medicine, avaliou a eficácia e a segurança de osimertinibe, um inibidor de tirosina quinase do EGFR (EGFR-TKI) de terceira geração, versus quimioterapia baseada em platina, em pacientes portadores de carcinoma de pulmão não pequenas células (CPNPC) metastático, com diagnóstico de mutação ativadora do EGFR, previamente tratados com  EGFR-TKI de primeira geração e com presença da mutação T790M em amostra de tumor. Entre os 419 pacientes tratados, 65% eram asiáticos, 68% não tabagistas e 35% apresentavam metástases cerebrais. O estudo foi positivo, sendo a sobrevida livre de progressão de 10,1 meses entre os pacientes tratados com osimertinibe versus 4,4 meses naqueles tratados com quimioterapia (HR 0,30; p<0,001). A taxa de resposta com osimertinibe foi de 71%. Nos pacientes tratados com osimertinibe a sobrevida livre de progressão foi 10,8 e 8,5 meses entre os pacientes sem e com metástases cerebrais, respectivamente. Diarreia, rash acneiforme, pele seca e paroníquia foram os eventos adversos mais comumente observados entre os pacientes tratados com osimertinibe.

*A integra do trabalho esta publicada no NEJM – Mok e cols. NEJM 2016 PMID: 27959700

Conclusão: Osimertinibe pode ser considerado como o tratamento padrão dos pacientes CPNPC T790M+ com após falha de EGFR-TKI de primeira linha.

Abstract 3 – Gadgeel et al, OAK, a randomized Ph III study of atezolizumab vs docetaxel in patients with advanced NSCLC: results from subgroup analyses

O estudo OAK comparou a sobrevida global (SG) nos pacientes portadores de CPNPC metastático previamente tratados com quimioterapia baseada em platina, entre dois braços de tratamento: atezolizumabe (anti-PDL1) e docetaxel. Conforme publicação anterior, observou-se superioridade da imunoterapia, com SG 13,8 versus 9,6 meses (HR 0.73, p=0.0003). Chama a atenção que naqueles pacientes com imunoexpressão de PDL-1 classificada como TC3/IC3, o HR foi 0,41, a favor da imunoterapia. A análise dos subgrupos mostrou atividade da imunoterapia independente da histologia (escamoso versus não-escamoso), atividade em metástases cerebrais e ausência de ganho de sobrevida naqueles pacientes com mutação em EGFR.

*A integra do trabalho esta publicada no Lancet – Ryttmeyer e cols. Lancet 2016 PMID: 27979383

Abstract 4 – Garassino et al, Durvalumab in ≥3rd-line locally advanced or metastatic, EGFR/ALK wild-type NSCLC: results from the Phase 2 ATLANTIC study

O ATLANTIC é um estudo de fase II que tem como desfecho primário avaliar a taxa de resposta de durvalumabe, um anticorpo anti-PDL-1, em pacientes portadores de CPCNP metastático tratados com pelo menos 2 linhas de tratamento prévias, incluindo quimioterapia baseada em platinas. Foram apresentados os resultados de 2 coortes de pacientes: expressão de PDL-1 ³ 25% ou negativa (265 pacientes) e expressão de PDL-1 ³ 90% (68 pacientes), ambas EGFR selvagem e ALK negativo. O número médio de tratamentos prévios foi três. Nestas duas coortes, a taxa de resposta foi 7,5% (PDL-1 negativo), 16,4% (PDL-1 ³ 25%) e 30,9% (PDL-1 ³ 90%). SG foi 10,9 meses (PDL-1 ³ 25%) e não alcançada naqueles pacientes PDL-1 ³ 90% (taxa de SG em 1 ano foi 50,8% nessa coorte). A maioria dos eventos adversos observados foi graus 1 e 2, e aqueles imuno-relacionados (hipo- e hipertireoidismo, e pneumonite) foram manejáveis. Alguns estudos (NEPTUNE, ARCTIC, PACIFIC, MYSTIC) avaliam o papel deste anticorpo promissor em diversos cenários clínicos nos pacientes portadores de CPNPC.

Gilberto de Castro Junior, MD, PhD.

Médico Assistente do Serviço de Oncologia Clínica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo. Professor Colaborador da Disciplina de Oncologia – Faculdade de Medicina da USP.

Médico Titular do Centro de Oncologia do Hospital Sírio Libanês – São Paulo – SP.