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SBOC REVIEW

Sobrevida global de ribociclibe e fulvestranto em câncer de mama avançado (Monaleesa 3)

Resumo do artigo:
As quinases ciclina dependentes 4 e 6 (CDK4/6) surgiram como importantes alvos no tratamento de pacientes com câncer de mama, tendo em vista o seu papel no ciclo celular e o grande sucesso dos inibidores de ciclina (iCDK4/6) em melhora de parâmetros de eficácia de tratamento para pacientes com câncer de mama hormonal positivo. 

Em análise anterior deste estudo fase 3 randomizado, Monaleesa 3, a combinação de ribociclibe e fulvestranto se mostrou superior em sobrevida livre de progressão em comparação com fulvestranto monodroga (33,6 versus 19,2 meses, HR: 0,59). Esta publicação atual se refere a análise de sobrevida global deste estudo com 726 pacientes portadoras de câncer de mama metastático, hormonal positivo, HER-2 negativo. Os pacientes foram randomizados para receberem ribociclibe (n = 484) ou placebo (n = 242) associado a fulvestranto como primeira ou segunda linha de tratamento. O braço do ribociclibe apresentou significativo aumento de sobrevida global versus placebo, com sobrevida em 42 meses estimada em 57,8% (95% CI 52,0 a 63,2) versus 45,9% (95% CI, 36,9 a 54,5), resultando em 28% de redução de risco de morte pra o grupo de ribociclibe (HR = 0,72, CI, 0,57 a 0,92; P=0.00455). O benefício foi consistente nos subgrupos analisados. Nenhum novo evento adverso foi relatado. Portanto, ribociclibe e fulvestranto apresentou melhor sobrevida em comparação com fulvestranto em pacientes com câncer de mama metastático hormonal positivo.

 

Overall Survival with Ribociclib plus Fulvestrant in Advanced Breast Cancer. Dennis J. Slamon, et. al. N Engl J Med 2020;382:514-24.
Sobrevida global de Ribociclibe e Fulvestranto em câncer de mama avançado (Monaleesa 3)

 

Comentário da avaliadora científica:
- O Monaleesa 3 é mais um estudo que demonstra o benefício da associação de iCDK4/6 no tratamento e pacientes portadoras de câncer de mama hormonal positivo para sobrevida livre de progressão (SLP) e sobrevida global (SG). O estudo Paloma 3 (com palbociclibe) havia demonstrado aumento em SLP com palbociclibe, porém ganho não significativo em SG, com ganho em sobrevida global para pacientes consideradas sensíveis a endocrinoterapia. O MONARCH 2 (com abemaciclibe) também demonstrava ganho em SLP e recentemente também demonstrou ganho em SG. 

- Metanalise do US FDA publicada em dezembro de 2019 no Lancet Oncol. (Gao JJ et.al.) demonstrou que os resultados de eficácia são da classe dos iCDK4/6, com melhora em sobrevida livre de progressão com HR de 0.55 para primeira linha em associação com inibidores de aromatase e HR de 0,56 para segunda linha em associação com fulvestranto. 
- Em termos de toxicidades, não foi verificado novo evento adverso. Os efeitos mais comuns do ribociclibe foram neutropenia, leucopenia. Outros eventos observados foram toxicidade hepatobiliar (13,7% versus 5,8%) e aumento de intervalo QT (3,1% x 1,2%). Um paciente cursou com doença interticial pulmonar.

 

Avaliadora científica:
Dra. Tatiana Strava Corrêa

Residência de oncologia clínica pelo Instituto de Câncer do Estado de São Paulo (ICESP- FMUSP); oncologista clínica do Hospital Sirio-Libanês Unidade Brasília e Instituto Hospital de Base do Distrito Federal.

Editor:
Dr. Daniel da Motta Girardi
Oncologista clínico do Hospital Sírio Libanês Brasilia. Advanced fellow no programa de tumores geniturinários do National Cancer Institute, Bethesda, EUA.