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SBOC REVIEW

Toripalimabe (anti-PD-1) versus Interferon-α2b de alta dose como terapia adjuvante em melanoma de mucosa ressecado: Estudo fase II

Resumo do artigo:

Neste estudo de fase 2, os pesquisadores randomizaram 145 pacientes com melanoma de mucosa ressecado para uso de toripalimabe (n=73) ou interferon-α2b em alta dose (HDI) (n=72). As características basais foram semelhantes entre os braços de tratamento e aproximadamente metade dos pacientes em cada braço tinha tumores positivos para expressão de PD-L1. Os pacientes foram tratados por 1 ano ou até recidiva da doença/metástase à distância, toxicidade inaceitável ou retirada do consentimento. O desfecho primário foi sobrevida livre de recorrência (SLR).

Em um acompanhamento médio de 26,3 meses, a SLR mediana foi de 13,6 meses no braço de toripalimabe e 13,9 meses no braço de HDI (IC 95%, 0,690-1,607).

A sobrevida global mediana não foi alcançada no braço do HDI e foi de 35,1 meses no braço do toripalimabe (IC 95%, 0,664-1,844). A sobrevida livre de metástases à distância mediana foi de 14,6 meses e 16,3 meses, respectivamente (IC 95%, 0,653-1,537). Como na coorte geral, os resultados de eficácia não foram significativamente diferentes entre os braços de tratamento para pacientes com tumores positivos para PD-L1.

A taxa de eventos adversos (EAs) relacionados ao tratamento de grau 3 ou superior foi maior no braço do HDI do que no braço do toripalimabe – 84,7% e 11%, respectivamente. O EA relacionado ao tratamento mais comum no braço do HDI foi mielossupressão (98,6%), e o no braço do toripalimabe foi elevação de TSH (49,3%).

 

 

Lian B, Si , Chi Z, et al. Toripalimab (anti-PD-1) versus high-dose interferon-α2b as adjuvant therapy in resected mucosal melanoma: A phase II randomized trial. Ann Oncol. Published online July 13, 2022. doi:10.1016/j.annonc.2022.07.002.
Toripalimabe (anti-PD-1) versus Interferon-α2b de alta dose como terapia adjuvante em melanoma de mucosa ressecado: Estudo fase II.

 

Comentário da avaliadora científica:

O melanoma da mucosa é uma entidade relativamente rara no Ocidente, mas é o segundo subtipo de melanoma mais comum na Ásia. Possui características genéticas e comportamentos biológicos distintos do melanoma cutâneo e tem um prognóstico mais reservado. Embora os inibidores de checkpoint imunológico (anti-PD-1) sejam agora o padrão de tratamento adjuvante para pacientes com melanoma cutâneo, nenhum tratamento adjuvante padrão foi estabelecido para o melanoma da mucosa após a cirurgia. Ensaios anteriores com melanoma em estágio inicial, incluindo melanoma da mucosa, mostraram que o interferon-α2b (HDI) em alta dose adjuvante pode melhorar os resultados. Além disso, no caso metastático, os ICIs parecem ser eficazes, embora menos do que no melanoma cutâneo.

Investigadores chineses, neste estudo, verificaram que o toripalimabe mostrou uma SLR semelhante ao Interferon, somado a um perfil de segurança mais favorável que o HDI, sugerindo que o toripalimabe pode ser uma melhor opção de tratamento para o melanoma de mucosa. No entanto, estudos adicionais e melhores regimes de tratamento ainda são necessários para melhorar o resultado clínico desta patologia.

 

Avaliadora científica:

Dra. Bruna Bighetti
Residência Médica em Oncologista Clínica pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
Preceptora afiliada da residência de Oncologia Clínica da Unifesp
Oncologista clínica do Grupo Américas Oncologia São Paulo