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SBOC REVIEW

Triagem de câncer colorretal com teste de DNA multialvo de fezes

Resumo do artigo:

Câncer colorretal é a primeira causa de morte nos EUA. A Sociedade Americana de Câncer recomenda o rastreio de câncer colorretal para adultos de 45 a 75 anos de idade com risco médio. Apesar da eficácia do rastreio na redução da incidência e mortalidade relacionada ao câncer colorretal, a adesão ao rastreamento está abaixo da meta. Um teste multialvo de DNA de fezes de última geração, incluindo avaliações de marcadores moleculares de DNA e nível de hemoglobina, foi desenvolvido para melhorar o desempenho do rastreamento do câncer colorretal.

Este estudo prospectivo, realizado em 186 locais dos EUA, avaliou o teste multialvo de DNA de fezes de última geração em pacientes assintomáticos com 40 anos de idade ou mais que tinham programação de realizar colonoscopia de triagem. As amostras de fezes para o teste multialvo de DNA de fezes de última geração e FIT foram obtidas antes da preparação da colonoscopia e enviadas por correio para processamento.

Os desfechos primários foram sensibilidade do teste para câncer colorretal e especificidade para neoplasia avançada (câncer colorretal ou lesões pré-cancerosas avançadas, que incluíram um ou mais adenomas ou lesões serrilhadas sésseis medindo pelo menos 1 cm na dimensão mais longa, lesões com características histológicas de vilosidades e displasia de alto grau). Os desfechos secundários incluíram a quantificação da sensibilidade para lesões pré-cancerosas avançadas e especificidade para achados não neoplásicos ou colonoscopia negativa e comparação de sensibilidade para câncer colorretal e lesões pré-cancerosas avançadas entre o teste multialvo de DNA de fezes e um teste imunoquímico fecal (FIT) disponível comercialmente.

Dos 26.758 inscritos, 20.176 (75,4%) tiveram resultados válidos para avaliação completa. A média de idade dos participantes foi de 63 anos, 53,2% eram mulheres e 60,1% eram brancos. Entre os elegíveis, 98 tinham câncer colorretal (0,5%), dos quais 82 tinham doença em estágio I, II ou III. 2.144 tinham lesões pré-cancerosas avançadas (10,6%), 6.973 (34,6%) tinham adenomas não avançados e 10.961 tinham achados não neoplásicos ou colonoscopia negativa. Com o teste de próxima geração, a sensibilidade para câncer colorretal foi de 93,9% (intervalo de confiança [IC] de 95%, 87,1 a 97,7) e a especificidade para neoplasia avançada foi de 90,6% (IC 95%, 90,1 a 91,0). A sensibilidade para lesões pré-cancerosas avançadas foi de 43,4% (IC 95%, 41,3 a 45,6) e a especificidade para achados não neoplásicos ou colonoscopia negativa foi de 92,7% (IC 95%, 92,2 a 93,1). Com o FIT, a sensibilidade foi de 67,3% (IC 95%, 57,1 a 76,5) para câncer colorretal e 23,3% (IC 95%, 21,5 a 25,2) para lesões pré-cancerosas avançadas; a especificidade foi de 94,8% (IC 95%, 94,4 a 95,1) para neoplasia avançada e 95,7% (IC 95%, 95,3 a 96,1) para achados não neoplásicos ou colonoscopia negativa.

Em comparação com o FIT, o teste de próxima geração apresentou sensibilidade superior para câncer colorretal (p<0,001) e para lesões avançadas pré-cancerosas (p<0,001), mas teve menor especificidade para neoplasia avançada (p<0,001). Nenhum evento adverso ocorreu. O tamanho da amostra fornece estimativas razoavelmente precisas de sensibilidade para câncer colorretal e de sensibilidade em subgrupos de lesões pré-cancerosas avançadas de acordo com tamanho, características histológicas e localização. Desta forma, teste multialvo de DNA de fezes de última geração mostrou maior sensibilidade para câncer colorretal e lesões pré-cancerosas avançadas do que o FIT, mas com menor especificidade.

Comentário do avaliador científico:

O câncer colorretal é a primeira causa de morte nos EUA. Apesar da eficácia do rastreio na redução da incidência e mortalidade relacionada ao câncer colorretal, a adesão ao rastreamento está abaixo da meta. Testes de triagem não invasivos poderiam melhora a adesão à triagem. O teste multialvo de DNA de fezes é um exame não invasivo, mais barato do que a colonoscopia, que é um procedimento invasivo. Foi capaz de detectar 93,9% dos casos de câncer colorretal, 43,4% das lesões pré-cancerosas avançadas, com 90,6% especificidade para neoplasia avançada. Esta nova versão do teste foi mais sensível do que o teste imunoquímico fecal (FIT) comercial para todas as lesões relevantes para rastreio, mas o FIT teve maior especificidade. Desta forma, o estudo estabelece uma sensibilidade superior, mas não indica qual modalidade de triagem é melhor para um paciente específico. Se comprovada a eficiência, pode impactar na prática clínica.

 

Citação:

Thomas F. Imperiale, M.D, et al. Next-Generation Multitarget Stoll DNA Test for Colorrectal

Cancer Screenig. N Engl J Med. Published online March 14, 2024. doi:10.1056/NEJMoa2310336

Avaliador científico:

Camila Giro

Médica pela UFF, oncologista clínica pelo Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC), mestrando pela FMABC, diretora científica do Instituto Quimioterapia e Beleza, atuando como oncologista assistente na Oncologia DASA e no Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC).

Instagram: @dracamilagiro

Cidade de atuação: SP.