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SBOC REVIEW

Uso de anticoagulantes orais para tromboprofilaxia de pacientes ambulatoriais com câncer

Resumo do artigo:
Dois interessantes estudos apresentados na American Society of Hematology (ASH) de 2018 discutiram o papel dos novos anticoagulantes orais na tromboprofilaxia de pacientes ambulatoriais com câncer.

No CASSINI trial, 841 adultos com câncer e alto risco para eventos tromboembólicos (Khorana score≥ 2) que iriam iniciar uma nova terapia sistêmica foram randomizados para receber Rivaroxaban 10mg ao dia ou placebo por 6 meses. O desfecho composto primário após 180 dias não mostrou diferença com significância estatística entre os dois grupos. Entretanto, análise realizada durante o período de tratamento, mostrou que 6.41% dos pacientes no grupo placebo apresentaram trombose e apenas 2,6% no grupo rivaroxaban (HR= 0.40; 95% CI, 0.20 to 0.80; P = .007). A taxa de sangramentos graves, desfecho primário de segurança, foi de 0,99% no grupo controle e de 1,98% no braço experimental (HR= 1.96; 95% CI, 0.59 to 6.49).

Já no estudo AVERT, 574 pacientes de risco moderado a alto de eventos tromboembólico (VTE), também com Khorana score ≥ 2, que iriam iniciar quimioterapia, receberam apixaban 2,5mg duas vezes ao dia ou placebo por 180 dias. VTE ocorreu em 4.2% dos pacientes no grupo apixaban e em 10.2% dos pacientes no grupo placebo (HR = 0.41; P < .001). Entretanto, a taxa de sangramentos graves foi superior no braço experimental com significância estatística (3.5% vs 1.8% respectivamente; HR = 2.00, P = 0,046).

 

Apixaban to Prevent Venous Thromboembolism in Patients with Cancer. N Engl J med 380;8 nejm.org February 21, 2019
Rivaroxaban for Thromboprophylaxis in High-Risk Ambulatory Patients with Cancer. N Engl J med 380;8 nejm.org February 21, 2019
Uso de anticoagulantes orais para tromboprofilaxia de pacientes ambulatoriais com câncer.


Comentários do editor:
- Estudos pioneiros na avaliação do uso dos novos anticoagulantes orais em pacientes ambulatoriais oncológicos de risco intermediário a alto para a prevenção de eventos tromboembólicos.

- Ambas medicações proporcionaram redução do risco de eventos tromboembólicos da ordem de 60%. Entretanto, apixaban foi associado a um aumento, com significância estatística, do risco de sangramentos graves. 

- Algumas críticas aos estudos são dirigidas em especial ao Khorana score, que foi utilizado em ambos para seleção dos pacientes. Este score performa mal em alguns tipos de câncer, como o câncer de pulmão, e não leva em consideração o tipo de quimioterapia empregada. 

- Possivelmente, novos estudos envolvendo tipos individuais de neoplasias e incorporando novas terapias, como imunoterapia, poderão fornecer informações adicionais para a tomada de decisão quanto ao uso da profilaxia de VTE em pacientes ambulatoriais com câncer.