SBOC REVIEW
Uso de pembrolizumab em pacientes com glioblastoma recorrente
Estudo piloto, multi-institucional, randomizado, open-label avaliou o uso de pembrolizumab em pacientes com glioblastoma recorrente ressecáveis. Sequenciamento do receptor de célula T, perfil de expressão genica, citometria de massa e análise quantitativa multiplex de imunofluorescência foram empregados para avaliar os efeitos intratumorais do uso do anti-PD, almejando identificar potenciais biomarcadores de resposta. 16 pacientes foram randomizados para o braço de tratamento neoadjuvante + adjuvante e 19 para o braço adjuvante apenas. Os grupos estavam equilibrados em relação a idade, sexo, KPS, presença de mutação de IDH, status de metilação de MGMT, volume tumoral e número de pacientes recebendo corticosteroides (dexa < 4mg/dia). 67% dos pacientes no grupo neoadjuvante apresentaram efeitos adversos (EA) G3/4, porém não houve atraso na cirurgia por EA imunomediados.
O estudo evidenciou benefício em OS a favor do braço neoadjuvante (13,7 meses Vs 7,5 meses, HR 0,39 95% IC 0,17-0,94; p=0,04). No grupo neoadjuvante, foi identificado aumento de transcrição de genes relacionados à resposta a interferon-gama (P = 0.03) e a via de indução de células-T. Já no grupo adjuvante, assinaturas de proliferação do câncer e estimulo ao ciclo celular (P = 0.01).
Neoadjuvant anti-PD-1 immunotherapy promotes a survival benefit with intratumoral and systemic immune responses in recurrent glioblastoma. Nature Medicine Online first 11 February 2019
Imunoterapia neoadjuvante com anti-PD-1 promove ganho de sobrevida com resposta sistêmica e intra-tumoral em pacientes com glioblastoma recorrente.
Comentários:
1- Apesar de ser um estudo clínico randomizado, havia apenas poder estatístico para as análises teciduais. Entretanto, tanto os resultados encontrados em relação às diferentes assinaturas gênicas, quanto os dados clínicos, sugerem que possa haver um papel para o uso de imunoterapia neoadjuvante em gliomas.
2- O cenário neoadjuvante é uma excelente janela de oportunidade para estudar a imunobiologia dos tumores malignos do sistema nervoso central. Novos estudos neste cenário, inclusive testando combinações serão planejados.