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SBOC apoia nota de esclarecimento sobre divulgações falsas referentes à Mamografia

SBOC apoia nota de esclarecimento sobre divulgações falsas referentes à Mamografia

O Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR), a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) divulgaram, em 15 de abril de 2019, uma nota de esclarecimento em resposta a vídeos publicados recentemente na mídia eletrônica (Youtube), que disseminam, de maneira irresponsável, informações distorcidas sobre a detecção e diagnóstico do câncer de mama.

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) apoia por completo o teor da nota de esclarecimento e recomenda o rastreamento mamográfico anual para todas as mulheres a partir dos 40 anos. Dr. Sergio Simon, Presidente da SBOC, ratifica que a mamografia é uma das principais formas de detecção precoce do câncer de mama, pois é capaz de detectar alterações pré-malignas e tumores muito pequenos, com chance de cura de 90% se tratados precocemente. “Infelizmente, o Brasil não tem acompanhado a tendência de queda de mortalidade por câncer de mama que ocorre nos países desenvolvidos, exceto nas regiões Sul e Sudeste, onde 70% da população faz rastreamento mamográfico e está começando a haver uma queda. No resto do Brasil, especialmente Norte e Nordeste, pelo contrário, ocorre aumento de mortes a cada ano, o que é muito grave”. Dr. Sergio ainda explica que mulheres com histórico de câncer familiar e diagnosticadas como portadoras de mutação de BRCA1 ou BRCA2 devem começar a mamografia aos 25 anos. “Esse número não é pequeno: varia entre 6% e 10% das mulheres com câncer de mama. E há um grande número de mulheres no Brasil que têm câncer familiar e não são rastreadas de maneira adequada”, finaliza.

Leia abaixo, na íntegra, a nota de esclarecimento divulgada.

NOTA DE ESCLARECIMENTO 
SOBRE VÍDEOS DIVULGANDO INFORMAÇÕES FALSAS SOBRE A MAMOGRAFIA

O Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR), a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) se veem no dever de divulgar uma nota de esclarecimento em resposta a vídeos publicados recentemente na mídia eletrônica (Youtube), que disseminam de maneira irresponsável informações distorcidas sobre a detecção e diagnóstico do câncer de mama. Assim, gostaríamos de afirmar:

1) O câncer de mama é o tumor mais frequente entre as mulheres e a principal causa de morte por tumor no Brasil e no mundo. Entretanto, no Brasil, diferentemente dos países desenvolvidos, a mortalidade pelo câncer de mama continua aumentando.

2) A causa do contínuo aumento da mortalidade é a falta de programas de rastreamento adequados ou a baixa adesão da população aos programas oferecidos – principalmente devido à falta de informação ou então acesso a informações distorcidas, como estas recentemente veiculadas. Também se deve a falta de acesso em tempo hábil aos tratamentos recomendados.

3) Deve-se enfatizar que a mamografia é o único exame que, quando realizado de maneira sistemática a partir dos 40 anos em mulheres assintomáticas, comprovadamente leva a uma redução da mortalidade pelo câncer de mama. Isso foi demonstrado através de grandes estudos realizados em mais de 500 mil mulheres, sendo observado uma redução da mortalidade que variou entre 10% a 35% no grupo de mulheres submetidas ao rastreamento em relação às que não eram submetidas.

4) Dessa forma, as principais sociedades médicas no Brasil e no mundo são unânimes em recomendar o rastreamento mamográfico para as mulheres assintomáticas, iniciando a partir dos 40 anos ou 50 anos (dependendo do país), com uma periodicidade anual ou bienal (também variando em alguns países). No Brasil, as sociedades médicas recomendam o rastreamento mamográfico anual para as mulheres entre 40 a 75 anos.

5) O auto-exame detecta o tumor quando o mesmo já está em uma fase adiantada, não tendo estudo que comprove qualquer benefício para a redução da mortalidade, não devendo ser adotado como método de rastreamento.

6) O risco de câncer radioinduzido é extremamente baixo, tendo em consideração as doses de radiação envolvidas em cada exame. E não existe estudo que demonstre que os riscos excedem os benefícios, na faixa etária recomendada.

7) Citação de absurdos como “uma biópsia leva a desenvolver câncer” foge a compreensão de qualquer médico com um mínimo de conhecimento na área oncológica.

Dessa forma, a indignação é porque muitas mulheres que assistem a esses vídeos podem considerar não realizar a mamografia. E isso pode significar a perda da chance de detectar o tumor de mama em uma fase inicial, em que se pode oferecer a possibilidade de cura e tratamentos menos agressivos.

Comissão Nacional de Mamografia – Colégio Brasileiro de Radiologia, Sociedade Brasileira de Mastologia,
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

São Paulo, 15 de abril de 2019