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ASCO 2017: Novidades da sessão oral em câncer de pulmão não pequenas células avançado

ASCO 2017: Novidades da sessão oral em câncer de pulmão não pequenas células avançado

O Dr. Fernando Santini, membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e fellow em oncologia torácica avançada pelo Memorial Sloan Kettering Cancer Center, destaca agora as novidades da sessão oral em câncer de pulmão não pequenas células avançado (CPNPC) do Congresso da American Society of Clinical Oncology (ASCO 2017). Confira a seguir.

Imunoterapia

– Recente publicação do Keynote-024 levou à aprovação pela agência reguladora americana (FDA) do uso de pembrolizumabe em primeira linha para pacientes portadores de CPNPC avançado com expressão de PD-L1 igual ou maior que 50%. A Dra. Julie Brahmer, professora no Sidney Kimmel Comprehensive Cancer Center do Johns Hopkins Hospital, apresentou os resultados atualizados de sobrevida global e principalmente do desfecho exploratório SLP2 (sobrevida livre de progressão 2). Este último foi definido com o intervalo entre a randomização até a progressão da doença após segunda linha ou óbito. SLP2 testa, principalmente, qual seria a melhor sequência de tratamento. No Keynote-024, pacientes portadores de CPNPC em estádios avançados eram randomizados entre pembrolizumabe ou quimioterapia de primeira linha com dupla de platina a critério do investigador. Cross-over era permitido. No braço pembrolizumabe, 31% dos pacientes receberam segunda linha de tratamento, enquanto 64% dos pacientes no grupo quimioterapia receberam imunoterapia em segunda linha. A mediana de SLP2 no braço pembrolizumabe ainda não foi atingida. Em um ano, 58% dos pacientes no braço quimioterapia estavam vivos contra 70% no grupo imunoterapia (HR 0,63, p = 0,0003). Este estudo corrobora a tese de que a sequência correta de tratamento acarreta ganho de sobrevida. Dados pré-clínicos e dados clínicos retrospectivos demonstram que possivelmente a quimioterapia apresentaria melhor resposta após imunoterapia nesses pacientes. Para pacientes com CPNPC em estádios avançados com alta expressão de PD-L1 (igual ou maior que 50%), deve-se favorecer o uso do pembrolizumabe em primeira linha.

– Em atualização ao estudo OAK, que levou o FDA à aprovação de atezolizumabe em segunda linha para tratamento de CPNPC em estádios avançados, Dr. David Gandara, diretor do UC Davis Comprehensive Cancer Center’s Thoracic Oncology Program, em Sacramento, Califórnia, apresentou dados sobre possível impacto do tratamento pós progressão nesse grupo de pacientes. É fato que o conceito de pseudoprogressão em CPNPC é muito menos frequente do que nos pacientes com melanoma metastáticos tratados com imunoterapia. Entre os pacientes que apresentaram progressão da doença com atezolizumabe no estudo OAK, 51% continuaram atezolizumabe após progressão, sem acréscimo significativo de efeitos adversos. Somente 7% dos pacientes deste último grupo apresentaram resposta objetiva com o tratamento após progressão. Foram apresentados poucos dados em relação à duração do tratamento. Autores concluíram que o uso de atezolizumabe pós progressão pode ser considerado no grupo de pacientes que estiverem muito bem clinicamente no ato da progressão. No entanto, esses dados devem ser interpretados com cautela, já que se trata de análise não pré-planejada de um subgrupo deste estudo. Sendo assim, devemos aguardar os resultados do estudo randomizado que está sendo desenhado para melhor avaliação do tratamento após progressão à imunoterapia.

Quimioterapia

– Sobre o uso de cisplatina em pacientes idosos, foram apresentados resultados de dois estudos paralelos de fase 3 – MILES3 e MILES4 – que randomizaram pacientes portadores de CPNPC em estádios avançados, com mais de 70 anos, para combinação de gemcitabina ou pemetrexed com cisplatina ou monoterapia com gemcitabina ou pemetrexed. A despeito do pequeno ganho em taxa de resposta e sobrevida livre de progressão, a adição de cisplatina em pacientes com mais de 70 anos não apresentou ganho de sobrevida às custas de importante incremento em toxicidade. Sendo assim, corroborando a prática clínica vigente, está desencorajado o uso de cisplatina nesse grupo de pacientes.

– Em relação a estratégias de tratamento de manutenção, em estudo IFCT-GFPC-1101 com pacientes portadores de CPNPC metastático, pacientes do grupo experimental recebiam terapia de primeira linha com cisplatina e gemcitabina, seguida de manutenção com gemcitabina, caso atingissem resposta parcial ou completa após tratamento de indução. No entanto, se apresentassem doença estável como melhor resposta objetiva, iniciariam manutenção com pemetrexed. Já o grupo controle recebia tratamento de indução convencional com quatro ciclos de cisplatina e pemetrexed seguidos de pemetrexed de manutenção. Não houve diferença significativa de sobrevida global nos dois grupos. Nenhuma diferença inesperada de toxicidade também foi apresentada. Sendo assim, a cisplatina e a gemcitabina em primeira linha no tratamento de pacientes portadores de CPNPC metastático, seguidas dessa estratégia de manutenção, parecem ser semelhantes ao tratamento com cisplatina e pemetrexed. Este estudo é de suma importância se avaliarmos o custo-efetividade do novo tratamento.

Mais novidades da ASCO 2017

O Congresso da American Society of Clinical Oncology (ASCO 2017) aconteceu de 2 a 6 de junho, em Chicago (EUA). Acompanhe as novidades aqui no site da SBOC.