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Câncer infantojuvenil: estudos prospectivos monitorados podem aumentar a sobrevida

Câncer infantojuvenil: estudos prospectivos monitorados podem aumentar a sobrevida

Um estudo realizado em conjunto pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) e o Ministério da Saúde (MS) mostrou que a sobrevida de pacientes infantojuvenis com câncer, na faixa etária de zero a 19 anos, é de 64%, índice calculado com base em informações de incidência e mortalidade.

O câncer infantojuvenil é a principal causa de morte entre crianças e adolescentes. Para este ano, o Inca estima a ocorrência de 12.600 novos casos da doença, que tem as leucemias como a maior incidência (26%), seguidas dos linfomas (14%) e tumores do sistema nervoso central-SNC (13%).

Na opinião da Dra. Silvia Brandalise, presidente do Centro Infantil Boldrini – hospital filantrópico especializado em oncologia e hematologia pediátrica de Campinas – a maneira de aumentar a sobrevida de crianças e adolescentes com câncer é inseri-los em estudos clínicos prospectivos monitorados. “O Brasil precisa instituir uma política pública definindo que crianças e adolescentes em tratamento de câncer devem ser incluídos nesses estudos”, alerta a especialista. Segundo ela, só assim será possível monitorar desde o diagnóstico até, por exemplo, por que uma dose do medicamento não foi dada em determinado dia. “Isso leva a um aprimoramento da qualidade do tratamento do câncer infantojuvenil”, afirma.

Aumento de sobrevida em protocolos

Num artigo publicado em outubro no periódico Frontiers in Pediatrics, a Dra. Silvia apresentou os resultados do protocolo ALL-93 do Grupo Brasileiro de Tratamento da Leucemia na Infância (GBTLI). Ele incluiu mais de 800 pacientes abaixo de 18 anos com leucemia linfoide aguda, entre outubro de 1993 e setembro de 1999, e 25 instituições brasileiras de alta complexidade em câncer infatojuvenil. O levantamento mostrou que o tempo de tratamento poderia ser reduzido em seis meses com uma taxa de sobrevida acima de 70%.

“A taxa geral de sobrevida de pacientes com leucemia linfoide aguda é de 47% e estamos na mesma situação há três décadas, segundo dados da Organização Mundial da Saúde”, afirma a Dra. Silvia. De acordo com a especialista, atualmente, apenas 1% das crianças e adolescentes brasileiros são tratados sob estudos prospectivos monitorados. “Os dados do protocolo do GBTLI corroboram a necessidade de se investir em centros de alta complexidade capazes de serem incluídos em estudos clínicos delineados pelas sociedades científicas. Só assim vamos conseguir mudar uma realidade que já dura 30 anos”, conclui. 

Veja mais sobre os dados do Inca

Leia o estudo publicado na Frontiers in Pediatrics na íntegra