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Dia do Médico
Este artigo foi assinado pelo Dr. Evanius Wiermann, oncologista e presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), para o Dia do Médico. O texto foi publicado originalmente no caderno Opinião, do jornal Hoje em Dia, no dia 18/10.
Neste 18 de outubro, dia do médico, gostaria de levantar uma reflexão sobre a importância da relação médico-paciente, principalmente em uma especialidade que mexe com dramas tão delicados, como a oncologia. Ser médico é muito mais que uma simples conquista de um vestibular e de um curso muito apertado, é mais do que realizar os sonhos dos pais. Não é glamour, pelo contrário, é um dom, exige entrega, disciplina e acima de tudo amor ao próximo. Esse é o conceito básico de nossa profissão. O médico vocacional deve gostar das pessoas e ser primeiro especialista em gente, como disse tão bem nosso colega de profissão Adib Jatene.
A tecnologia avançada dos últimos tempos, a despeito dos seus benefícios, acabou também colaborando para o esfriamento dessa importante interação. A relação médico-paciente envolve confiança e responsabilidade. A medicina se utiliza dos progressos tecnológicos das ciências biológicas para atingir esse fim humanista.
O médico oncologista lida a cada dia com histórias de angústias, limites e também de superações. A comunicação personalizada e humanizada do médico com o seu paciente se torna ainda mais importante no processo de diagnóstico, tratamento e cura.
Acredito que a comunicação pode ser uma forte aliada, por exemplo, durante uma consulta médica para estabelecer uma relação duradoura e cativa entre o profissional da medicina e seu cliente e permitir que as informações científicas sejam traduzidas da melhor maneira para o interlocutor permitindo a esse entender seu diagnóstico e avaliar cuidadosamente suas opções terapêuticas frente ao seu diagnóstico.
O cancerologista precisa explicar situações complexas claramente, mas ao mesmo tempo, necessita de um senso humanitário comum que revele empatia e compaixão. O profissional deve estar atento ao que diz e ao que passa a seu paciente. É preciso manter um espírito de positivismo, bom senso e empatia frente ao paciente oncológico.
A atenção dispensada nunca conversa deve trazer sempre uma mensagem de apoio e suporte, não importa o quão grave seja o caso. Atitudes assim podem trazer mais conforto e segurança ao tratamento. Não importa a rotina desgastante, os problemas em família ou mesmo as condições de trabalho do profissional da medicina, um paciente precisa ser recebido sempre com atenção e com carinho. É isso que ele espera do seu médico.