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Projeto leva população a emagrecer e prevenir doenças como o câncer
Foram divulgados os primeiros resultados do projeto Vida de Saúde, desenvolvido pelo professor de educação física Marcio Atalla na cidade paulistana de Jaguariúna, de 53 mil habitantes. As intervenções realizadas de março a novembro do ano passado levaram 21,8% da população a mudar o estilo de vida. O idealizador considera o resultado um sucesso ao compará-lo a dados da literatura que mostram experiências semelhantes com impacto em torno de 5% a 6%.
Segundo Atalla, que é criador do quadro “Medida Certa” do programa “Fantástico”, na Rede Globo, e comentarista da Rádio CBN, ocorreu melhora em todos os parâmetros de alimentação, com maior consumo de verduras, frutas e legumes e menor de gordura, doces, sal e refrigerante. Também houve aumento do tempo semanal de atividade física programada e de lazer. Por outro lado, diminuíram as horas que as pessoas passam em frente às telas ou sentadas.
Para o secretário de Comunicação Social da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dr. Claudio Ferrari, fatores ligados ao estilo de vida, como obesidade, sedentarismo e tabagismo, são determinantes nas mortes por doenças cardiovasculares e câncer. “Mudar os hábitos da população no médio e longo prazo depende muito mais de iniciativas das áreas de esporte e lazer que da secretaria de saúde. As pastas precisam trabalhar juntas”, avalia.
Outros resultados
O projeto Vida de Saúde é um bom exemplo do acerto desta estratégia intersetorial. No período em que as intervenções foram realizadas, mais que dobrou o número de participantes em aulas gratuitas de alongamento e oficinas de alimentação que já eram oferecidas pela prefeitura de Jaguariúna. O número médio de frequentadores passou de 550 para 1.200. A conquista é atribuída por Marcio Atalla à capacitação de médicos e enfermeiros das unidades básicas, agentes de saúde e educadores das escolas, que informaram e engajaram mais a população.
De acordo com o comentarista, as pessoas que mais aderiram à intervenção são das classes C, D e E, “que não possuem condições financeiras de procurar orientação profissional particular e não têm tanto acesso à informação de qualidade”.