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SBOC REVIEW

ASCO GU 2021 / Primeiros resultados do estudo de fase 3 CheckMate 274 de nivolumabe adjuvante versus placebo em pacientes submetidos à cirurgia radical para carcinoma urotelial invasivo muscular de alto risco

Resumo do artigo:

Esse estudo de fase 3 avaliou o uso de nivolumabe adjuvante (240 mg IV a cada 2 semanas por até 1 ano) vs placebo em pacientes com carcinoma urotelial músculo-invasivo de alto risco operados em até 120 dias (n = 709). Foram incluídos pacientes com doença pT3-pT4a ou pN+ não previamente tratados com quimioterapia neoadjuvante baseada em cisplatina ou não elegíveis ou que tivessem recusado quimioterapia adjuvante baseada em cisplatina; ou com doença ypT2-ypT4a ou pN+ se previamente tratados com quimioterapia neoadjuvante baseada em cisplatina. O estudo foi positivo para seus desfechos primários, tendo evidenciado aumento de sobrevida livre de doença na população por intenção de tratamento (HR 0,70; IC 98,31% 0,54-0,89; mediana 21 vs 10,9 meses) e PD-L1 ≥1% (HR 0,53; IC 98,87% 0,34-0,84; mediana não alcançada vs 10,8 meses). Eventos adversos relacionados ao tratamento ocorreram em maior proporção no grupo nivolumabe (qualquer grau: 77,5% vs 55,5%; grau ≥3: 17,9% vs 7,2%). Os dados de sobrevida global não foram apresentados nessa primeira análise interina.

 

Dean Bajorin et al. - First results from the phase 3 CheckMate 274 trial of adjuvant nivolumab vs placebo in patients who underwent radical surgery for high-risk muscle-invasive urothelial carcinoma (MIUC).
Primeiros resultados do estudo de fase 3 CheckMate 274 de nivolumabe adjuvante versus placebo em pacientes submetidos à cirurgia radical para carcinoma urotelial invasivo muscular de alto risco.

 

Comentários dos avaliadores científicos:

Dr. José Maurício Mota 

Esse é o primeiro estudo a demonstrar melhores desfechos com imunoterapia adjuvante em pacientes com carcinoma urotelial músculo-invasivo de alto risco, independente do status de PD-L1. Apesar de promissores, os resultados devem ser vistos com cautela, haja vista ainda não termos dados de sobrevida global.

Dra. Karine Trindade 

O tratamento padrão para pacientes com carcinoma urotelial músculo invasivo é a quimioterapia neoadjuvante a base de cisplatina seguida de cistectomia radical. No entanto, alguns pacientes podem não ser elegíveis para receber cisplatina devido a diversos fatores, como função renal inadequada. O nivolumabe adjuvante pode fornecer uma opção de tratamento para esses pacientes. Discute-se qual o real benefício da imunoterapia adjuvante nesses pacientes, visto que os dados de sobrevida global ainda não foram reportados e que os resultados desse estudo e do estudo IMvigor 010, com atezolizumabe adjuvante nesse mesmo cenário, apresentado na ASCO de 2020, foram divergentes.

 

Filiações:

Dr. José Mauricio Mota
Residência em Oncologia Clínica pelo ICESP/FMUSP
Oncologista clínico no ICESP/FMUSP e Oncologia D’Or
Chefe do grupo de tumores geniturinários, ICESP/FMUSP
Doutorado em Oncologia pela USP; Advanced Clinical Fellowship pelo Memorial Sloan Kettering Cancer Center

Dra. Karine Martins da Trindade
Residência em Oncologia Clínica pelo Instituto do Cancer do Ceará - ICC
Oncologista Clínica do Oncocentro Hospital São Carlos/Rede D’or e da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza
Coordenadora do IEP - Instituto de Ensino e Pesquisa Oncocentro