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SBOC REVIEW

Atualização da sobrevida global com pembrolizumabe para câncer de pulmão não-pequenas células com PD-L1 TPS ≥ 1%

Resumo do artigo:
KEYNOTE-042 é um estudo randomizado que demonstrou sobrevida global (SG) significativamente mais longa com monoterapia com pembrolizumabe, comparada à quimioterapia baseada em platina, em pacientes com CPNPC localmente avançado ou metastático com PD-L1 TPS ≥ 1%, sem alterações de EGFR/ALK e nunca tratados.

O estudo randomizou 1.274 pacientes aleatoriamente em dois braços (1:1), em diferentes centros ao redor do mundo. Um dos braços (672 pacientes) recebeu pembrolizumabe 200 mg a cada três semanas, por 35 ciclos, e o outro braço (672 pacientes) recebeu quimioterapia (carboplatina + paclitaxel ou pemetrexede) por 4-6 ciclos com pemetrexede de manutenção opcional.

Este artigo relata os resultados de cinco anos do estudo. Os desfechos primários foram sobrevida global nos grupos com PD-L1 TPS ≥ 50%, ≥ 20% e ≥ 1%. Os pacientes que interromperam pembrolizumabe após 35 ciclos puderam iniciar um segundo curso de pembrolizumabe após a progressão. O tempo médio de acompanhamento foi de 61,1 meses (50,0 – 76,3).

Os resultados favoreceram o pembrolizumabe, independentemente do PD-L1 TPS (HR [IC 95%] para TPS ≥ 50% foi de 0,68 [0,57 a 0,81]; TPS ≥ 20% foi de 0,75 [0,64 a 0,87]; TPS ≥ 1% foi de 0,79 [0,70 a 0,89]), com taxas estimadas de SG em cinco anos com pembrolizumabe de 21,9%, 19,4% e 16,6%, respectivamente. Em análise exploratória dos pacientes com PD-L1 TPS 1% – 49%, observou-se HR para SG de 0,88 (IC 95% 0,75 a 1,04).

Não foram identificadas novas toxicidades (não ocorreu nenhum evento adverso imunomediado de grau 4 ou 5), além das observadas previamente. A taxa de resposta objetiva foi de 84,3% entre os 102 pacientes que completaram 35 ciclos de pembrolizumabe e 15,2% entre os 33 pacientes que receberam o segundo curso de pembrolizumabe.

A monoterapia com pembrolizumabe de primeira linha continuou a mostrar benefício clínico duradouro quando comparada à quimioterapia, após 5 anos de acompanhamento, em CPNPC localmente avançado ou metastático positivo para PD-L1 sem alterações de EGFR/ALK, permanecendo como uma das opções de tratamento padrão.

Comentário do avaliador científico:
Nas últimas duas décadas, como bem sabemos, o tratamento do CPNPC avançado evoluiu expressivamente, com incorporação dos inibidores de checkpoint imune. Sozinhos ou em associação com quimioterapia baseada em platina, assumiram o protagonismo da transformação da história dos pacientes que recebem tal diagnóstico.

Os dados deste artigo de atualização confirmam os benefícios e são importantes para que saibamos que nos casos de pacientes que tem PD-L1 ≥ 1% e que, por algum motivo (performance, volume de doença), não sejam candidatos a receber quimioterapia combinada à imunoterapia (padrão de tratamento neste grupo de pacientes pelos dados trazidos pelos estudos KEYNOTE-189 e KEYNOTE-409), podemos lançar mão da monoterapia, sabendo que ofereceremos um tratamento efetivo e muito bem tolerado.

Citação: de Castro Jr, G. et al., Five-Year Outcomes With Pembrolizumab Versus Chemotherapy as First-Line Therapy in Patients With Non–Small-Cell Lung Cancer and Programmed Death Ligand-1 Tumor Proportion Score ≥ 1% in the KEYNOTE-042 Study, Journal of Clinical Oncology 2023 41:11, 1986-1991

Avaliador científico:
Dr. Fernando Castilho Venero
Residência Médica em Oncologia Clínica pelo Hospital Moinhos de Vento
Oncologista Clínico no Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre/RS
Preceptor do Programa de Residência Médica em Oncologia Clínica e Pesquisador Clínico do Hospital Moinhos de Vento