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SBOC REVIEW

Denosumab adjuvante em pacientes em pós-menopausa com câncer de mama receptor hormonal positivo

Resumo do artigo:
Atualização do estudo ABCSG-18, conduzido em 58 centros da Áustria e Suécia em 3425 pacientes com câncer de mama inicial hormônio positivo. As pacientes em uso de inibidor da aromatase como tratamento adjuvante para o câncer de mama foram randomizadas para receberem denosumabe subcutâneo na dose de 60mg a cada 6 meses ou placebo. A análise primária do estudo, previamente reportada, mostrou benefício a favor de denosumab para a prevenção de fraturas induzidas pelo uso de inibidores da aromatase.

Nesta nova publicação do estudo, foi reportado o desfecho secundário de sobrevida livre de doença (SLD). Em análise por intenção de tratamento, houve benefício em SLD para o grupo que recebeu denosumabe em relação ao que recebeu placebo (HR 0·82 [95% CI 0·69–0·98]). Sobrevida livre de doença em 5 anos foi de 89,2 % (95% CI 87·6–90·8) no grupo experimental e de 87,3% (85·7–89·0) no grupo placebo. Já a SLD em 8 anos foi de 80·6% (78·1–83·1) 77·5% (74·8–80·2) respectivamente. A medicação apresenta bom perfil de segurança. Não foi confirmado nenhum caso de osteonecrose de mandíbula ou fratura atípica de fêmur durante o estudo, apesar de relatos prévios com a medicação.


Adjuvant denosumab in postmenopausal patients with hormone receptor-positive breast cancer.
Lancet Oncol Vol 20 March 2019 P312-313
Denosumab adjuvante em pacientes em pós-menopausa com câncer de mama receptor hormonal positivo.


Comentários do editor:
- Diferença absoluta em SLD entre os dois grupos foi de 2 % em 5 anos e 3% em 8 anos, favorecendo o uso de denosumab.

- As análises foram realizadas por intenção de tratamento (ITT). Entretanto, houve crossover em 14,7% das pacientes no grupo placebo após liberação dos dados do desfecho primário, o que pode ter introduzido viés nestas análises.

- Metanálise do EBCTCG mostrou benefício similar com o uso de bifosfonados em pacientes na pós menopausa em relação a desfechos oncológicos (rate ratio for recurrence 0·86 [95% CI 0·78–0·94], p=0·002).

- Bom perfil de toxicidade e segurança. Praticidade na via de administração subcutânea tornam a medicação interessante neste cenário.

- Estudos serão necessários para melhor compreensão do papel da via do RANK- RANKL, em especial na promoção de metástases à distância.

- Análise final de sobrevida livre de metástases ósseas e sobrevida global são aguardadas para 2020.