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SBOC REVIEW

ESPECIAL ASCO 2019: POLO – Manutenção com olaparibe em pacientes com câncer de pâncreas metastático com mutação germinativa em BRCA

Um dos principais artigos publicados simultaneamente durante a ASCO 2019


Resumo do artigo:
Estudo de fase 3 apresentado na seção plenária da ASCO de 2019 mostrou que olaparibe, um inibidor da poli(adenosina difosfato–ribose) polimerase (PARP), foi capaz de postergar progressão de doença em pacientes com adenocarcinoma de pâncreas metastático com mutação germinativa em BRCA após terapia inicial baseada em platina.

7.5% dos pacientes avaliados apresentaram mutação germinativa em BRCA. 154 pacientes foram randomizados 3:2 para receber terapia de manutenção com olaparibe 300mg duas vezes ao dia ou placebo. Os pacientes deveriam ter recebido no mínimo 16 semanas de tratamento em primeira linha com quimioterapia baseada em platina sem evidência de progressão de doença à randomização. O end-point primário era sobrevida livre de progressão (PSF) e os end-points secundários incluíam sobrevida global, intervalo entre randomização e segunda progressão de doença ou óbito (PFS2), taxa de resposta e qualidade de vida.

A mediana de idade foi de 57 anos, 67% dos pacientes no grupo experimental apresentaram presença de mutação em BRCA2 contra 32% em BRCA1. Mais de 80% dos pacientes receberam variações de FOLFIRINOX como terapia de primeira linha, sendo que a mediana de intervalo entre o diagnóstico e a randomização foi semelhante entre os grupos, 7 meses. 

A mediana de PFS foi superior no grupo que recebeu olaparibe quando comparado ao grupo placebo (7.4 meses vs. 3.8 meses; HR 0.53; 95% [CI], 0.35 a 0.82; P=0.004). Análise interina com apenas 46% dos dados maduros não mostrou diferença em relação à sobrevida global (HR 0.91; 95% CI, 0.56 a 1.46; P=0.68) ou PFS2 (HR 0.76; 95% CI, 0.46 a 1.23). Taxa de resposta foi de 23% no grupo olaparibe e 12% no grupo placebo (odds ratio, 2.30; 95% CI, 0.89 to 6.76). Em 2 anos, 22.1% dos pacientes recebendo olaparibe não apresentaram progressão de doença enquanto apenas 9.6% dos pacientes recebendo placebo. Eventos adversos maior ou igual a grau 3 ocorreram mais frequentemente no grupo olaparibe (40% vs. 23%).

 

POLO: Maintenance Olaparib for Germline BRCA-Mutated Metastatic Pancreatic Cancer. published online on June 2, 2019, at NEJM.org. DOI: 10.1056/NEJMoa1903387.
POLO: Manutenção com olaparibe em pacientes com câncer de pâncreas metastático com mutação germinativa em BRCA.

 

Comentários do editor:
- Este é primeiro estudo de fase 3 a estabelecer um tratamento direcionado a um biomarcador em câncer de pâncreas metastático.


- Apesar de algumas críticas em relação ao desenho do estudo, por exemplo o momento da randomização e a ausência de dados maduros quanto à sobrevida global, olaparibe reduziu o risco de progressão de doença em 47% quando comparado ao placebo. 

- 7.5% dos pacientes do estudo, em uma população não selecionada por histórico familiar, apresentaram mutação germinativa em BRCA. Assim, a investigação de síndromes hereditárias deve ser oferecida a todos os pacientes com câncer de pâncreas metastático.