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SBOC REVIEW

Especial ASCO 22 – Tumores Ginecológicos

Pembrolizumabe + quimioterapia em pacientes com câncer cervical persistente, recorrente ou metastático: análise de subgrupo de KEYNOTE-826

Resumo do artigo:

No estudo KEYNOTE-826 foi demonstrada que a combinação pembrolizumabe com quimioterapia, complementada ou não pelo uso de bevacizumabe prolongou a sobrevida de pacientes com câncer cervical persistente, recorrente ou metastático. Na análise apresentada, os efeitos do tratamento foram examinados em subgrupos de pacientes definidos de acordo com o CPS de PD-L1, uso ou não de bevacizumabe, tratamento à base de platina e realização de quimiorradioterapia. Após um tempo mediano de 22 meses de seguimento, os resultados apresentados foram animadores. Em todos os subgrupos analisados na população geral do estudo, o uso de pembrolizumabe prolongou a sobrevida global (SG) e a taxa de sobrevida livre progressão (SLP), se comparado com o grupo tratado com placebo. Ficou destacado que esses benefícios também abrangeram as populações CPS ≥1 e CPS ≥10. Pela baixa porcentagem de pacientes CPS<1 incluídas no estudo não há poder para avaliação do tratamento nessa população específica

Esse estudo confirma o benefício do uso de pembrolizumabe combinado com quimioterapia, somado ou não ao uso de bevacizumabe em um amplo perfil de pacientes com câncer cervical, incluindo aquelas mulheres que fizeram uso de platina ou quimiorradioterapia anteriores, demonstrando que este tratamento é viável e importante para as pacientes com câncer de colo de útero.

 

Pembrolizumab + chemotherapy in patients with persistent, recurrent, or metastatic cervical cancer: Subgroup analysis of KEYNOTE-826. ABSTRACT 5506.
Pembrolizumabe + quimioterapia em pacientes com câncer cervical persistente, recorrente ou metastático: análise de subgrupo de KEYNOTE-826.

 


 

ATHENA-MONO (GOG-3020/ENGOT-ov45): Estudo de fase 3 randomizado, duplo-cego, avaliando a monoterapia com rucaparibe versus placebo como tratamento de manutenção após a resposta a quimioterapia a base de platina de primeira linha no câncer de ovário

Resumo do artigo:

O estudo fase 3 ATHENA-MONO foi desenhado para testar a eficácia do rucaparibe como manutenção de primeira linha em uma ampla população de pacientes, incluindo aqueles sem mutações BRCA, sem deficiência de recombinação homóloga (HRD) ou características clínicas de alto risco. O estudo incluiu 538 pacientes com carcinoma de ovário de alto grau estágio III e IV, que foram submetidas a citorredução cirúrgica e responderam a primeira linha de quimioterapia baseada em platina. As pacientes foram estratificadas de acordo com o status do HRD, status da doença residual após quimioterapia e momento da cirurgia. O endpoint primário de sobrevida livre de progressão (SLP) foi alcançado tanto na população HRD quanto na população com intenção de tratar, 28,7 meses com rucaparibe vs 11,3 meses (HR 0,47, IC 95% = 0,31-0,72).

A avaliação da SLP nas pacientes BRCA mutadas (NR vs 14,7 meses; HR 0,40, IC 95% 0,21–0,75) e HRD negativas (12,1 vs 9,1 meses; HR 0,65, IC 95% 0,45–0,95), realizada por análise exploratória, também foi superior e estatisticamente significativa no braço rucaparibe.

Eventos adversos de grau ≥ 3 ocorreram em 60,5% vs 22,7% dos pacientes, sendo os mais comuns no grupo rucaparibe anemia (28,7%), neutropenia (14,6%) e aumento das transaminases (10,6%).

Como conclusão, a monoterapia com rucaparibe demonstrou-se mais uma alternativa para tratamento de manutenção de primeira linha para pacientes com câncer de ovário avançado.

 

ATHENA–MONO (GOG-3020/ENGOT-ov45): A randomized, double-blind, phase 3 trial evaluating rucaparib monotherapy versus placebo as maintenance treatment following response to first-line platinum-based chemotherapy in ovarian cancer. LBA 5500.
ATHENA-MONO (GOG-3020/ENGOT-ov45): Estudo de fase 3 randomizado, duplo-cego, avaliando a monoterapia com rucaparibe versus placebo como tratamento de manutenção após a resposta a quimioterapia a base de platina de primeira linha no câncer de ovário.

 


 

Papel da cirurgia citorredutora na segunda recidiva do câncer de ovário em pacientes previamente tratadas apenas com quimioterapia na primeira recaída: uma subanálise do DESKTOP III trial

Resumo do artigo:

O estudo DESKTOP III demonstrou benefício significativo de sobrevida em pacientes com pontuação AGO positiva que foram submetidas a citorredução completa na 1ª recidiva em comparação com aqueles tratados apenas com quimioterapia. Essa subanálise tenta responder se as pacientes elegíveis para citorredução secundária, que perderam a oportunidade de potencialmente prolongar a vida sem a cirurgia na 1ª recidiva, beneficiariam da cirurgia no momento da sua segunda recidiva. Para isso, pacientes randomizados no braço não cirúrgico do estudo DESKTOP III que foram submetidos à cirurgia citorredutora, em uma recaída subsequente, foram analisados separadamente. Dos 171 pacientes com doença em progressão no braço controle do DESKTOP III, 32 foram submetidos à cirurgia citorredutora. A ressecção completa do tumor foi alcançada em 60% dos pacientes e a taxa de mortalidade cirúrgica no 30º dia e 90º dia foi 3% e 6%, respectivamente. A sobrevida global mediana após a cirurgia foi de 54 meses. Apesar dos dados apontarem benefício dessa estratégia para esse perfil de paciente, é importante ressaltar que se trata de uma subanálise não planejada e que os critérios de elegibilidade para citorredução para essas pacientes não foi bem definida. Dessa maneira, os dados apresentados não estabelecem a estratégia cirúrgica como rotina e sim, auxiliam na escolha de cirurgia como opção em pacientes cuidadosamente selecionados em um ambiente especializado em câncer ginecológico.

 

Role of cytoreductive surgery for the second ovarian cancer relapse in patients previously treated with chemotherapy alone at first relapse: A subanalysis of the DESKTOP III trial.
Papel da cirurgia citorredutora na segunda recidiva do câncer de ovário em pacientes previamente tratadas apenas com quimioterapia na primeira recaída: uma subanálise do DESKTOP III trial.

 


 

Estudo piloto de fase II de fulvestranto e abemaciclibe neoadjuvante em mulheres com carcinoma seroso de baixo grau avançado

Resumo do artigo:

Trata-se de um estudo piloto fase 2 que avalia o papel do fulvestranto combinado a abemaciclibe na neoadjuvância de carcinoma seroso de baixo grau de ovário, uma vez que a quimioterapia neoadjuvante demonstra capacidade limitada nesse subtipo histológico.

Nesse estudo de braço único, o desfecho primário foi a taxa de benefício clínico. Do total de 15 pacientes recrutadas, 9 (60%) tiveram resposta parcial, 6 (40%) doença estável; 7 pacientes com resposta parcial atingiram citorredução ótima e o tempo observado para resposta foi de 4-8 meses. O desfecho primário foi atingido em 100% das pacientes. O tratamento neoadjuvante com fulvestranto e abemaciclibe foi bem tolerado e apesar de tratar-se de um estudo piloto, os dados foram muito animadores. Os autores informaram que mais estudos estão planejados para explorar esta nova opção de tratamento com uma coorte expandida.

 

A pilot phase II study of neoadjuvant fulvestrant plus abemaciclib in women with advanced low-grade serous carcinoma. ABSTRACT 5522.
Estudo piloto de fase II de fulvestranto e abemaciclibe neoadjuvante em mulheres com carcinoma seroso de baixo grau avançado.

 


 

Pembrolizumabe, maveropepimut-S e ciclofosfamida em baixa dose em câncer de ovário epitelial: resultados da fase 1 e coorte de expansão do estudo PESCO

Resumo do artigo:

O estudo PESCO testa a segurança e eficácia da vacina maveropepimut-S associada a pembrolizumabe e ciclofosfamida para pacientes com câncer de ovário platino resistente. O alvo da vacina é uma proteína chamada survivina que é altamente expressa pelos tumores de ovário. Maveropepimut-S tem o objetivo final de ativar o sistema imune contra as células que expressam essa proteína. Combinado a essa vacina, os pacientes receberam também pembrolizumabe e ciclofosfamida para potencializar o sistema imune e ativar o reconhecimento das células tumorais. Os resultados apresentados mostraram que essa combinação foi segura e eficaz. Entretanto, PESCO é um estudo inicial que requer validação em estudos maiores para confirmar o benefício dessa promissora vacina.

 

Pembrolizumab, maveropepimut-S, and low-dose cyclophosphamide in advanced epithelial ovarian cancer: Results from phase 1 and expansion cohort of PESCO trial.
Pembrolizumabe, maveropepimut-S e ciclofosfamida em baixa dose em câncer de ovário epitelial: resultados da fase 1 e coorte de expansão do estudo PESCO.

 

Avaliadora científica:

Dra. Marcela Bonalumi dos Santos
Residência em oncologia clínica no Hospital AC Camargo Cancer Center
Oncologista clínica do Hospital Pérola Byington - Centro de Referência da Saúde da Mulher do Estado de São Paulo
Oncologista clínica do Centro Paulista de Oncologia - Grupo Oncoclínicas, São Paulo