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SBOC REVIEW

ESPECIAL ESMO 2019: Nivolumabe versus quimioterapia em pacientes com carcinoma espinocelular de esôfago avançado refratários ou intolerantes à quimioterapia prévia

Resumo do artigo:
O carcinoma espinocelular (CEC) de esôfago avançado costuma ter um prognoóstico reservado e poucas opções terapêuticas. Pouquíssimos avanços ocorreram nas últimas décadas. Atualmente, a maioria dos pacientes com bom performance status recebem tratamento de primeira linha baseada em platina e fluoropirimidina. Até pouco tempo, costumávamos utilizar em segunda linha um taxano ou irinotecano, caso o paciente não tivesse os recebido previamente. Dados recentes promissores mostraram resultados encorajadores com inibidores de checkpoint em câncer de esôfago, tanto para adenocarcinomas quanto CECs, motivando a condução de estudos mais robustos.

Nesta publicação, Kato e colaboradores trazem os resultados de um estudo de fase 3 aberto, randomizado (1:1), multicêntrico (90 centros europeus, asiáticos e norte-americanos) que comparou nivolumabe 240 mg EV a cada 2 semanas versus quimioterapia de escolha do investigador (paclitaxel ou docetaxel) em pacientes com CEC de esôfago avançado que já haviam falhado ou eram intolerantes à terapia prévia com uma combinação de fluoropirimidina e platina. Foram incluídos 419 pacientes independentemente do status de PD-L1. O desfecho primário do estudo era sobrevida global mediana (SG), a qual foi superior no grupo que recebeu nivolumabe (10,9 versus 8,4 meses, HR 0,77, IC 95% 0,62-0,96, p=0,019). O benefício se deu independentemente da expressão de PD-L1. Quanto aos eventos adversos, o nivolumabe foi numericamente melhor tolerado, com menor incidência de toxicidade hematológica e alopecia.

Nivolumab versus chemotherapy in patients with advanced oesophageal squamous cell carcinoma refractory or intolerant to previous chemotherapy (ATTRACTION-3): a multicentre, randomised, open-label, phase 3 trial. Kato K et al. Lancet Oncol, Epub ahead of print, 30 September, 2019.
Nivolumabe versus quimioterapia em pacientes com carcinoma espinocelular de esôfago avançado refratários ou intolerantes à quimioterapia prévia.


Comentários do editor:
Trata-se do primeiro estudo de fase III a comprovar a eficácia de um inibidor de checkpoint (nivolumabe) em pacientes com CEC de esôfago avançado refratários a uma linha de tratamento sistêmico com platina e fluoropirimidina. 

- A atividade demonstrada, aliada ao bom perfil de tolerabilidade, coloca o nivolumabe como excelente opção de tratamento em segunda linha, quando disponível.

- A eficácia se deu independentemente do status de PD-L1.


Editora:
Dra. Renata D'Alpino
Membro da SBOC; Oncologista Clínica pelo Hospital Sírio Libanês; Fellowship em Tumores Gastrointestinais no BC Cancer Agency, Vancouver, Canadá; Oncologista Clínica especialista em tumores gastrointestinais e neuroendócrinos do Hospital Alemão Oswaldo Cruz; Coordenadora Médica do Centro de Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz; Diretora Científica do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG).


Revisora:
Dra. Adriana Hepner
Membro da SBOC; Oncologista Clínica pelo Hospital Sírio Libanês; Médica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP). Atualmente, participa como fellow clínica do Programa de Oncologia Cutânea do Melanoma Institute Australia, em Sydney.