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SBOC REVIEW

Especial ESMO 2022 – Tumores Ginecológicos

SOLO1/GOG 3004: sobrevida global em 7 anos de olaparibe de manutenção no câncer de ovário avançado BRCA mutado recém diagnosticado

Resumo do artigo:

O estudo SOLO 1 volta a ser apresentado na ESMO, este ano para divulgação de seus dados de sobrevida global após follow up de 7 anos. Em 2021, já haviam sido apresentados os dados de SLP, no follow up de 5 anos.

O estudo fase III, duplo cego, que randomizou pacientes com câncer de ovário seroso de alto grau ou endometrioide nos estádios III e IV, com mutação de BRCA, recém diagnosticadas, em resposta clínica à quimioterapia à base de platina, para uso de olaparibe ou placebo pelo tempo de 2 anos teve os dados apresentados após seguimento médio de 88,9 meses no grupo com olaparibe e 87,4 meses no grupo placebo. A duração mediana do tratamento foi de 24,6 e 13,9 meses, respectivamente. O hazard ratio para SG foi de 0.55 (IC 95%, 0,40 a 0,76; p = 0,0004 [P < 0,0001 necessário para declarar significância estatística]). A sobrevida global mediana ainda não foi alcançada no braço com olaparibe, já no braço placebo foi de 75,2%.

Após 7 anos, 67 % dos pacientes do braço com olaparibe versus 46,5% dos pacientes do braço placebo estavam vivos e 45,3% versus 20,6%, respectivamente, estavam vivos e não haviam recebido tratamento subsequente. A incidência da síndrome mielodisplásica manteve-se em 1%.

Apesar de não alcançar significância estatística, de acordo com os critérios pré-estabelecidos, houve melhora clinicamente significativa na sobrevida global com olaparibe de manutenção em pacientes com câncer de ovário avançado recém diagnosticadas com mutação de BRCA.

 

Overall Survival With Maintenance Olaparib at a 7-Year Follow-Up in Patients With Newly Diagnosed Advanced Ovarian Cancer and a BRCA Mutation: The SOLO1/GOG 3004 Trial.
SOLO1/GOG 3004: sobrevida global em 7 anos de olaparibe de manutenção no câncer de ovário avançado BRCA mutado recém diagnosticado.

 


 

Eficácia e segurança do GX-188E, vacina de DNA terapêutico, combinada com pembrolizumabe, no câncer cervical avançado com HPV 16- e/ou 18 positivo (fase II): Seguro e eficaz tanto para PD-L1 positivo quanto negativo

Resumo do artigo:

Estudo coreano, fase II, aberto, braço único, recrutou pacientes com câncer cervical avançado, HPV-16 ou HPV-18 positivo, que haviam progredido após a terapia padrão, para receberem a associação da vacina de DNA terapêutico GX-188E com pembrolizumabe com o intuito de avaliar a atividade antitumoral, independente da expressão do PD-L1, tendo como desfecho primário taxa de resposta objetiva.

Foram analisadas 60 pacientes, destas 36 apresentavam PD-L1 positivo e 24 PD-L1 negativo. A taxa de resposta objetiva foi de 31,7%, com 6 pacientes apresentando resposta completa. Nas pacientes PD-L1 negativo a TRO foi de 25%.

Quanto aos eventos adversos, 33,8% das pacientes apresentaram eventos adversos relacionados ao tratamento de qualquer grau e 4,6% apresentaram grau 3 ou 4.

Com esses resultados, a associação da vacina GX-188E combinada com pembrolizumabe no câncer cervical avançado demostrou ser segura e tolerável, e mostrando eficácia. Essa terapia combinada pode representar um novo tratamento, para essa população de pacientes.

 

Efficacy and safety of GX-188E, a therapeutic DNA vaccine, combined with pembrolizumab in HPV 16- and/or 18- positive advanced cervical cancer (phase II): Safe and effective in both PD-L1 positive and negative.
Eficácia e segurança do GX-188E, vacina de DNA terapêutico, combinada com pembrolizumabe, no câncer cervical avançado com HPV 16- e/ou 18 positivo (fase II): Seguro e eficaz tanto para PD-L1 positivo quanto negativo.

 


 

PAOLA-1/ENGOT-ov25: resultados de sobrevida global em pacientes com câncer de ovário avançado tratados com olaparibe associado a bevacizumabe

Resumo do artigo:

Atualização de 5 anos do estudo fase III, PAOLA-1/ENGOT-ov25, que foi desenhado para avaliar a eficácia do olaparibe associado ao bevacizumabe em manutenção nas pacientes com carcinoma seroso de alto grau ou endometrioide de ovário estádio III ou IV, tratadas anteriormente com quimioterapia a base de platina + bevacizumabe. As pacientes foram randomizadas 2:1 para uso de olaparibe + bevacizumabe ou placebo + bevacizumabe.

A mediana de sobrevida global na população ITT foi de 56,5 meses com a associação de olaparibe + bevacizumabe vs 51,6 meses com placebo associado a bevacizumabe, HR 0,92 (IC 95%; 0,76 – 1,12; p = 0,4118), SG em 5 anos, 47,3 vs 41,5%, não havendo assim ganho estatisticamente significativo.

Já nas análises pré planejadas dos subgrupos com deficiência de recombinação homologa HRD+, SG em 5 anos, 65,5 vs 48,4%, HR 0,62 (IC 95%; 0,45- 0,85) e com HRD+ com ou sem mutação do BRCA houve ganho de sobrevida global. No subgrupo HRD negativo não houve benefício da sobrevida global. Outro dado importante é que se manteve baixa a incidência de síndrome mielodisplásica.

Vale ressaltar que 50,8% dos pacientes do grupo placebo recebeu olaparibe na progressão, mesmo com esse dado, a combinação de olaparibe + bevacizumabe para as pacientes HRD+ com ou sem mutação de BRCA, apresentou ganho significativo de sobrevida global, tornando-se nessa população o tratamento padrão.

 

Final overall survival results from the Phase III PAOLA-1/ENGOT-ov25 trial evaluating maintenance olaparib plus bevacizumab in patients with newly diagnosed advanced ovarian cancer.
PAOLA-1/ENGOT-ov25: resultados de sobrevida global em pacientes com câncer de ovário avançado tratados com olaparibe associado a bevacizumabe.

 


 

Fase III EMPOWER- cervical /GOG- 3016/ENGOT-cx9 ensaio de cemiplimabe em câncer cervical recorrente ou metastático (R/M): Análise de sobrevivência a longo prazo

Resumo do artigo:

Atualização de 30,2 meses, do uso de cemiplimabe em 2ª linha para o câncer de colo uterino recorrente ou metastático versus quimioterapia de agente único por escolha do investigador.

Demonstrou que se mantem o benefício, independente da histologia, de sobrevida global com mediana de 11,7 meses para o braço com cemiplimabe em comparação com 8,5 meses do braço de quimioterapia, HR 0,66 (IC 95%, 0,55- 0,79, p < 0,00001). Com redução do risco de morte na ordem de 34% na população ITT.

Na histologia escamosa, a mediana de sobrevida global foi de 10,9 vs 8,8 meses a favor do cemiplimabe, HR 0,69 (IC 95%, 0,56 - 0,85, p= 0,00023), com redução do risco de morte de 31 %. Na histologia adenocarcinoma também houve redução do risco de morte na ordem de 45%.

Em análise exploratória, foi evidenciado benéfico em SG independente do status do PD-L1, vale salientar que no estudo apenas 60% das pacientes foram avaliadas quanto a expressão de PD-L1.

Com os resultados deste estudo, cemiplimabe segue demostrando um benefício sustentado e duradouro nesta população com câncer de colo uterino recorrente ou metastático, que progrediram a primeira linha de quimioterapia.

 

Fase III EMPOWER- cervical /GOG- 3016/ENGOT-cx9 trial of cemiplimab in recurrent or metastatic (R/M) cervical cancer: Long- term survival analysis.
Fase III EMPOWER- cervical /GOG- 3016/ENGOT-cx9 ensaio de cemiplimabe em câncer cervical recorrente ou metastático (R/M): Análise de sobrevivência a longo prazo.

 

Avaliadora científica:

Dra. Lidyanne de Lima Guimarães
Residência Médica em Oncologia clínica pelo Real Hospital Português de Beneficência de Pernambuco
Oncologista Clínica do Hospital Santa Joana Recife – Américas/UHG e do Hospital do Câncer de Pernambuco - HCP