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SBOC REVIEW

Larotrectinibe em tumores com fusão TRK

A identificação de alterações moleculares vem se mostrando bem-sucedida na seleção de pacientes para terapia, independentemente do sítio tumoral primário. Em maio de 2017, pembrolizumabe foi aprovado pelo FDA para pacientes com tumores com instabilidade de microssatélites. A fusão do gene do receptor de tirosina cinase da tropomiosina (TRK) pode ser encontrada em até 1% de todos os tumores sólidos. Larotrectinibe é um inibidor potente e altamente seletivo de TRK. Nesse estudo, a sua eficácia e segurança foram avaliadas em adultos e crianças com tumores sólidos avançados com a fusão TRK.

Foram tratados 55 pacientes, com 17 diferentes tipos de tumor com a fusão TRK, como carcinoma da glândula salivar análogo ao carcinoma secretor da mama (12 pacientes), fibrossarcoma infantil (7), tumores de tireoide (5), cólon (4), pulmão (4), melanoma (4), tumor do estroma gastrointestinal (3) e outros (16). A taxa de resposta geral foi de 75%, com 13% (7) dos pacientes apresentando resposta completa. Em um ano, 71% das respostas estavam mantidas e 55% dos pacientes não apresentaram progressão. Após acompanhamento mediano de 9,4 meses, 86% dos pacientes que apresentaram resposta (38 de 44) ainda estavam em tratamento ou foram submetidos a cirurgia com intenção curativa. Os efeitos colaterais mais comuns foram anemia (11% dos pacientes), aumento de transaminases (7%), ganho de peso (7%) e neutropenia (7%). Nenhum paciente descontinuou larotrectinibe por efeito colateral relacionado à medicação. Foram identificados mecanismos de resistência adquirida, tais como mutações no domínio cinase de TRK, para os quais drogas de segunda geração já estão em estudo.

Drilon et al. N Engl J Med. 2018 378(8):731-739. PMID: 29466156

Comentários: Larotrectinibe demonstrou atividade antitumoral potente e duradoura em pacientes com tumores sólidos avançados com fusão TRK, independentemente de idade ou sítio primário, com perfil favorável de efeitos colaterais.

David Queiroz Borges Muniz, MD
Oncologista clínico, médico titular do Departamento de Oncologia Clínica do Hospital Sírio-Libanês e do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo. Membro da SBOC e da ASCO.