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SBOC REVIEW

Mutações em ESR1 em pacientes com câncer de mama metastático

Em modelos experimentais, mutações no gene do receptor de estrogênio a (ESR1) encontradas em carcinomas da mama são capazes de promover a ativação do receptor independente do ligante, contribuindo para a resistência à terapia anti-homronal.. A prevalência destas mutações e seu potencial impacto clínico ainda não foi estabelecida.

Com o objetivo de determinar a prevalência das mutações mais comuns em ESR1 (Y537S and D538G), e avaliar se a presença de tais mutações tem relação com o prognóstico da doença, Chandarlapaty e cols analisaram o DNA tumoral circulante de 541 dos 724 pacientes incluídos no estudo randomizado de fase 3 Bolero-2. Esse estudo comparou o uso de exemestano com ou sem everolimo (inibidor de mTOR) em pacientes na pós-menopausa com câncer de mama metastático hormônio-positivo/HER2-negativo que progrediram à terapia prévia com inibidores de aromatase não-esteroidal. Restou demonstrado um aumento na sobrevida livre de progressão no grupo tratado com everolimo. Utilizando-se a técnica de reação em cadeia de polimerase digital, os investigadores observaram que 28,8% das pacientes apresentavam mutações em ESR1. A mutação mais prevalente foi D538G (21,1%), enquanto que a mutação Y537S foi observada em 13,3% das pacientes. Cerca de 5,5% das pacientes apresentavam ambas as mutações. Tais mutações foram associadas com menor sobrevida global. A presença da D538G não impactou no benefício da adição de everolimo.

*Nishino e cols. JAMA Oncology. 2016 Aug 18. PMID: 27540850.

Comentário: A prevalência de mutações em ESR1 é alta em pacientes com câncer de mama metastático tratados previamente com inibidores de aromatase. A presença de mutações Y537S ou D538G confere pior prognóstico. Embora a presença da mutação D538G não seja um fator preditivo de resposta à adição de everolimo à exemestano, o impacto da mutação Y537S permanece indefinido.

Romualdo Barroso, M.D., Ph.D.

Médico Oncologista Clínico.

Posdoctoral Fellow no Dana-Farber Cancer Institute/Harvard Medical School.

Editor do SBOC Review.