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SBOC REVIEW

Papel do everolimo no tratamento das neoplasias neuroendócrinas do pâncreas

Os tumores neuroendócrinos (TNE) de pâncreas são geralmente diagnosticados em fase avançada, quando já metastáticos, e a disponibilidade de tratamentos sistêmicos é limitada. Historicamente, estes pacientes tinham sobrevida mediana em torno de 24 meses. Em 2011 dois estudos randomizados foram publicados avaliando a sobrevida livre de progressão (SLP) destes pacientes, tratados com everolimo (afinitor®, Novartis) e com Sunitinib (sutent®, Pfizer) ambos versus placebo, com ganho de sobrevida livre de progressão (SLP) de 6,4 meses e 5,9 meses, respectivamente. Desde então estas drogas vem sendo utilizadas na pratica clinica. Os dados finais de sobrevida global (SG) do estudo RADIANT-3 foram publicados por Yao e colaboradores* confirmando o beneficio do everolimo para os pacientes com TNE de pâncreas.
Nesse estudo, 410 pacientes com TNE bem diferenciado do pâncreas de baixo ou grau intermediário, avançados e com evidencia de progressão, foram randomizados para receber everolimus 10mg/d (n = 207) ou placebo (n = 203). Esse foi um estudo duplo cego até a analise do desfecho primário (SLP) e após, foi permitido o tratamento com everolimus numa fase aberta. Como ja publicado, houve ganho de SLP em comparação ao placebo. A SG mediana foi de 44 meses no grupo inicialmente randomizado para everolimus e 37,7 meses no grupo placebo (HR 0,94; 95%, P = 0,30), incluindo aqueles que receberam everolimus apos placebo. A analise exploratória pelo método RPSFT ajustada para minimizar o viés do crossover mostrou taxas de sobrevida de 82,6% vs 74,9% e 67,7% vs 55,6% aos 12 e 24 meses, respectivamente.

*Yao et al, J Clin Oncol 34, 2016

Comentários: Apesar de já considerado um estudo positivo no passado, estes resultados de SG são importantes por serem os mais longos reportados na literatura para esta população, mesmo sem ter significância estatística, que pode sofrer influencia do crossover. Neste momento, o tratamento dos TNE inclui terapias sistêmicas e locais, além dos radiofármacos, sendo necessário definir a melhor sequencia de abordagem.

Maria Ignez Braghiroli, MD.
Oncologista clínico especialista em neoplasias do trato gastrointestinal do Hospital Sírio Libanês e Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, Universidade de São Paulo.