Instalar App SBOC


  • Toque em
  • Selecione Instalar aplicativo ou Adicionar a lista de início

SBOC REVIEW

Pembrolizumab após terapias ablativas locais para câncer de pulmão não pequenas células oligometastático: um ensaio clínico de fase 2

Resumo do artigo:
Desenho: Fase 2 de braço único em centro acadêmico. 51 pacientes com doença oligometastática (até 4 lesões metastáticas) ao diagnóstico que não haviam recebido imunoterapia foram submetidos a pembrolizumab 200 mg por 8 ciclos, 4 a 12 semanas após compleição de terapia ablativa local. Era opcional prosseguir por mais 16 ciclos.

Objetivos: PFS-L (computado a partir do momento da ablação) e PFS-P (computado a partir do início do pembrolizumab) comparados a dados históricos de PFS de doença oligometastática tratada com terapia agressiva local sem adicional terapia sistêmica.

Resultados: 45 pacientes receberam pembrolizumab. No momento da análise, 24 pacientes tiveram progressão de doença ou morte. PFS-L foi de 19.1 months (95% CI, 9.4-28.7), significativamente maior do que a mediana histórica de 6.6 meses (P = .005). PFS-P 18.7 meses (95% CI, 10.1-27.1). PD-L1 ou infiltração de linfócito T CD8 não foram associados a PFS-L.

Conclusão: Apesar dos autores concluírem que Pembrolizumab após terapia ablativa local pareceu aumentar o PFS, se trata de um estudo de braço único gerador de hipótese.

 

Pembrolizumab After Completion of Locally Ablative Therapy for Oligometastatic Non–Small Cell Lung Cancer A Phase 2 Trial. Bauml JM, Mick R, Ciunci C. JAMA Oncol. Published online July 11, 2019. doi:10.1001/jamaoncol.2019.1449.
Pembrolizumab após Terapias Ablativas Locais para Câncer de Pulmão Não Pequenas Células Oligometastático. Um ensaio clínico de Fase 2.

 

Comentários do editor:
Um número muito pequeno de pacientes usou técnicas ablativas que não a radioterapia. Sendo difícil extrair alguma conclusão sobre as outras terapias locais.

- O controle (histórico) baseia-se em estudo retrospectivo (n=60) em 2 centros que avaliou pacientes oligometastáticos tratados com terapia agressiva local (incluindo cirurgia). Difícil estratificar o efeito da terapia local vs. efeito da imunoterapia no presente estudo.

- Levando-se em consideração os dados do estudo de Theelen et al.¹, este estudo fase 2 de braço único (Bauml et al.) podemos embasar futuros estudos randomizados avaliando o uso de terapias ablativas/radioterapia para estimular a resposta à imunoterapia.

- Em um cenário onde a maioria dos pacientes metastáticos são elegíveis à combinação de quimioterapia e anti-PD-1/PD-L1 em primeira linha, fica a indagação de como e quando a adição de radioterapia imuno-sensibilizante experimental se encaixaria nesse cenário.

- Ensaios clínicos explorando este racional estão em andamento em pulmão e também em outras histologias e poderão trazer mudanças na prática clínica.


Editor:
Dr. Pedro Viveiros

Médico Oncologista com Residência de Clínica Médica e Oncologia pela Universidade de São Paulo; fellow de Developmental Therapeutics em Oncologia e Junior Faculty / Medicine Instructor pela Northwestern University, Chicago - EUA.


Revisora:
Dra. Adriana Hepner
Membro da SBOC; Oncologista Clínica pelo Hospital Sírio Libanês; Médica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP). Atualmente, participa como fellow clínica do Programa de Oncologia Cutânea do Melanoma Institute Australia, em Sydney.