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SBOC REVIEW

Pembrolizumabe associado a quimioterapia na primeira linha do câncer de pulmão não-pequenas células metastático

A imunoterapia revolucionou o tratamento do câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) metastático. Após aprovação de nivolumabe, pembrolizumabe e atezolizumabe para uso em segunda linha e pembrolizumabe em primeira linha, o FDA aprovou em maio de 2017 combinação de quimioterapia com pembrolizumabe baseado em estudo fase II (Keynote-024), pelos benefícios em taxa de resposta (TR) e em sobrevida livre de progressão (SLP).

L. Gandhi e cols. publicaram recentemente o Keynote 189, estudo de fase III que randomizou pacientes com CPNPC não-escamoso metastático, sem mutações sensibilizadores de EGFR e ALK, para receber combinação de platina e pemetrexede associado a pembrolizumabe 200 mg ou placebo a cada 3 semanas por 4 ciclos, seguido de pembrolizumabe ou placebo por 35 ciclos, associado a pemetexede como tratamento de manutenção. O estudo foi positivo, com benefício da combinação para ambos os desfechos primários: sobrevida global (SG): 69% versus 49% em 12 meses (HR 0,49, P<0,001); e SLPm (8,8 meses versus 4,9 meses, HR 0,52, P<0,001). Quanto a SG, houve benefício para todos os subgrupos analisados, inclusive em pacientes sem expressão de PDL1. A magnitude de ganho em SG foi maior para pacientes com expressão de PDL1 > 50% (HR 0,42). A taxa de resposta (TR) e duração de resposta foram também maiores no grupo da combinação (TR 47,6 versus 18,9%). Quanto a eventos adversos, a associação de pembrolizumabe não aumentou a toxicidade já conhecida (eventos grau 3 e 4 67,2% versus 65,8%). Nefrotoxicidade foi a única exceção (6,9 versus 0,5%).

Gandhi e cols. NEJM. 2018 PMID: 29658856

Comentário: A combinação de platina, pemetrexede e pembrolizumabe torna-se uma nova opção de tratamento para pacientes com NSCLC metastáticos, não escamosos, EGFR e ALK negativos. Há dúvida se em pacientes com PD-L1 > 50%, a combinação é superior a pembrolizumabe. Aguardamos a análise da carga tumoral mutacional nesse estudo, no contexto da recente incorporação deste como biomarcador.

Eduardo de Figueiredo Vissotto, MD
Oncologista clínico. Coordenador da Oncologia Clínica do Centro de Oncologia do Hospital Santa Lúcia, Brasília/DF