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SBOC REVIEW

Ripretinibe no tratamento de segunda linha de pacientes com GIST

Resumo do artigo:

O sunitinibe foi aprovado em 2006 para o tratamento de segunda linha de pacientes com tumor estromal gastrointestinal (GIST) após progressão ou intolerância ao imatinibe. O ripretinibe é um inibidor de tirosino quinase (TKI) com mecanismo de ação duplo que fornece inibição de amplo espectro da atividade de KIT ou PDGFRA. É atualmente aprovado para o tratamento de pacientes com GIST avançado que receberam tratamento prévio com três ou mais TKIs, incluindo imatinibe, com base nos resultados do estudo fase III INVICTUS. Os dados do estudo fase I sugerem que o ripretinibe é eficaz como terapia de segunda linha em pacientes com GIST [mediana de sobrevida livre de progressão (PFS): 10,7 meses]. Com isso, o estudo fase III INTRIGUE busca avaliar a eficácia e segurança do ripretinibe versus sunitinibe em pacientes com GIST avançado previamente tratados com imatinibe.

Este estudo fase III, multicêntrico, randomizado realizado em 122 centros de 22 países com 453 pacientes randomizados para ripretinibe (N= 226 pacientes) ou sunitinibe (N= 227 pacientes). Os pacientes incluídos no estudo foram pacientes com GIST que progrediram ou foram intolerantes a imatinibe e foram randomizados 1:1 para ripretinibe 150 mg uma vez por dia ou sunitinibe 50 mg uma vez por dia por 4 semanas seguida de 2 semanas de descanso. A randomização foi estratificada pela intolerância prévia ao imatinibe e pelo status mutacional KIT. O desfecho primário foi SLP e os secundários foram taxa de resposta objetiva e sobrevida global (SG).

A sobrevida livre de progressão entre o braço do ripretinibe e sunitinibe não foi estatisticamente diferente (HR=0,88; IC 95% 0,66-1,16; p=0,36; mediana 8,3 versus 7,0 meses). No entanto, a taxa de resposta objetiva do estudo demonstrou superioridade para o braço do ripretinibe de 23,9% para 14,6% do braço com sunitinibe (p=0,03).

Além disso, em relação os eventos adversos de grau 3-4 o braço do ripretinibe apresentou 41,3% e o braço do sunitinibe 65,6% (p<0,001). No braço do ripretinibe observou-se menos impacto na qualidade de vida dos pacientes.

 

 

Bauer S, Jones RL, Blay JY, et al. Ripretinib versus sunitinib in patients with advanced gastrointestinal stromal tumor after treatment with imatinib (INTRIGUE): a randomized, open-label, phase III trial. J Clin Oncol. Published online August 10, 2022. doi:10.1200/JCO.22.00294.
Ripretinibe no tratamento de segunda linha de pacientes com GIST.

 

Comentário do avaliador científico:

O ripretinibe no estudo INTRIGUE não foi superior ao sunitinibe para o desfecho primário do estudo de SLP em pacientes com GIST avançado previamente tratados com imatinibe. No entanto, a SLP mediana observada com ripretinibe foi comparável com a SLP mediana observada com sunitinibe, sugerindo que o ripretinibe é ativo como terapia de segunda linha para GIST.

Além disso, a taxa de resposta objetiva para pacientes recebendo ripretinibe foi maior em comparação com pacientes recebendo sunitinibe, além do braço do ripretinibe ter demonstrado melhor tolerância e menor impacto na qualidade de vida dos pacientes.

Com isso, este estudo reforça a notável atividade e segurança do ripretinibe no tratamento dos pacientes com GIST embora atualmente aprovado pelo FDA como agente de quarta ou linhas posteriores.

 

Avaliador científico:

Dr. Virgílio Souza e Silva
Residência Médica em Oncologia Clínica pelo AC Camargo Cancer Center
Oncologista Clínico no AC Camargo Cancer Center