SBOC REVIEW
SBOC Review – ASCO 2017 – Câncer de Pulmão
Abstract 1 – Yi-Long Wu et al. - Gefitinib (G) versus vinorelbine+cisplatin (VP) as adjuvant treatment in stage II-IIIA (N1-N2) non-small-cell lung cancer (NSCLC) with EGFR-activating mutation (ADJUVANT): A randomized, Phase III trial (CTONG 1104). No= 8500
O estudo comparou quimioterapia adjuvante com cisplatina/vinorelbine por 4 meses com 2 anos de gefitinibe para CPNPC II-IIIA operado, EGFR mutado (Del19 ou L858R). O desfecho primário foi SLD e foram recrutados 222 pacientes. Com seguimento mediano de 36,5m, o braço G alcançou maior SLD do que VP (28,7m x 18,0m; HR 0,60 p= 0,005). A SLP em 3 anos também favoreceu o braço G (34.0% vs 27.0%; p= 0,013). Os dados de SG ainda não estão maduros.
Comentário: A diferença de SLP observada é clinicamente relevante, mas as curvas aproximam-se após a suspensão do gefitinibe. É prudente aguardar o amadurecimento dos dados de SG. Resultados dos estudos Alchemist e Adaura em população ocidental são aguardados.
Abstract 2 – Mok T et al. - Dacomitinib versus gefitinib for the first-line treatment of advanced EGFR mutation positive non-small cell lung cancer (ARCHER 1050): A randomized, open-label phase III trial. No=LBA9007.
Dacomitinib (D) é um inibidor de EGFR de segunda geração. O estudo comparou dacomitinibe versus gefitinibe (G) em 1L para CPNPC EGFR mutado, IIIB/IV/recorrente. O desfecho primário foi SLP (revisão central independente) e foram recrutados 452 pacientes. A TR foi semelhante entre os braços (G: 72%; D: 75%), mas o braço D apresentou maior SLP (14,7m x 9,2m; HR 0,59 p<0,0001). D mostrou-se mais tóxico que G, com maior incidência de eventos adversos grau 3 (diarréia, dermatite, paroníquia e estomatite) e maior percentual de redução de dose (66,1% x 8%). Dados de SG não estão maduros.
Abstract 3 – Shaw et al. - Alectinib versus crizotinib in treatment-naive advanced ALK-positive non-small cell lung cancer (NSCLC): Primary results of the global phase III ALEX study. No= LBA 9008
Estudo multicêntrico randomizado que comparou Alectinibe (A) versus Crizotinibe (C) em 1L para pacientes com CPNPC IIIB/IV com rearranjo de ALK. O desfecho primário foi SLP e foram recrutados 303 pacientes, com tempo mediano de seguimento em torno de 18 meses. A SLP no braço C foi 11,2m, mostrando-se substancialmente maior no grupo A (mediana não alcançada, limite inferior do IC em 17,7m). Um desfecho secundário de grande relevância foi o tempo para progressão em SNC. No braço C, 41,4% dos pacientes progrediu em SNC em 1 ano comparado a apenas 9,4% no braço A. No braço A também houve menor número de eventos adversos G3/4 (41% x 50%), menos reduções de dose (16% x 21%) e menos interrupções por toxicidade (19% x 25%). Os dados de SG não estão maduros ainda.
Comentário: Este aguardado estudo confirmou os resultados do trial japonês J-ALEX. Em ambos, Alectinibe demonstrou ganho de SLP com ampla margem de vantagem e com melhor perfil de segurança. Somando a isso a maior proteção do SNC, Alectinibe, quando disponível, deverá tornar-se a principal escolha de 1L em pacientes com rearranjo de ALK.
Abstract 4 – Hellman et al. - Nivolumab (nivo) ± ipilimumab (ipi) in advanced small-cell lung cancer (SCLC): First report of a randomized expansion cohort from CheckMate 032. No=8503
CheckMate 032 é um estudo de fase I/II de múltiplas coortes no tratamento de tumores sólidos. Nesta ASCO foram apresentados os resultados da coorte randomizada de nivo ± ipi em pacientes com CPPC avançado previamente expostos a platina, em 2L ou 3L. Os casos foram randomizados 3:2 (147 nivo; 95 nivo-ipi) com desfecho primário taxa de resposta e mediana de seguimento de 11 meses. A TR com nivo foi 12% e com nivo-ipi foi 21%. Os dados de segurança compilados das coortes randomizada e não randomizada revelaram eventos adversos G3/4 em 12% (nivo) e 37% (nivo-ipi) dos pacientes. Os autores não apresentaram as curvas de SLP e SG.
Comentário: Os dados apresentados na ASCO foram os primeiros resultados comparativos, randomizados, de nivo versus nivo-ipi em CPPC. A publicação da coorte não randomizada do CheckMate 032 (Antonia et al. Lancet 2016) havia levado à inclusão da associação nivo-ipi no guideline do NCCN. Embora os resultados atuais tenham confirmado a TR observada previamente, a futura apresentação dos dados de SLP e OS é aguardada para maiores conclusões sobre a adoção desta estratégia de maneira rotineira.
Abstract 5 – Gadgeel et al. - Phase II study of maintenance pembrolizumab (pembro) in extensive stage small cell lung cancer (ES-SCLC) patients (pts).
O estudo avaliou pembrolizumab de manutenção em pacientes com CPPC (doença extensa) apresentando RP/RC/DE após QT com etoposide/platina. O desfecho primário foi SLP e foram incluídos 45 pacientes com qualquer nível de expressão de PD-L1. A mediana de SLP foi 1,4m e de SG 9.4m, com 21% dos pacientes sem progressão em 6m. A TR observada foi 11,8%, com perfil de EAs semelhante ao esperado para pembrolizumab.
Comentário: Os resultados de monoterapia com pembrolizumabe na manutenção pós quimioterapia para CPPC (doença extensa) não pareceram animadores. Estudos adicionais serão necessários para caracterização de pacientes com maior benefício a terapias anti-PD1 nesse cenário.
Helano Freitas, MD, MSc
Oncologista Clínico, Coordenador Científico da Unidade de Pesquisas Clínicas, AC Camargo Cancer Center.
Abstract 1 – Yi-Long Wu et al. - Gefitinib (G) versus vinorelbine+cisplatin (VP) as adjuvant treatment in stage II-IIIA (N1-N2) non-small-cell lung cancer (NSCLC) with EGFR-activating mutation (ADJUVANT): A randomized, Phase III trial (CTONG 1104). No= 8500
O estudo comparou quimioterapia adjuvante com cisplatina/vinorelbine por 4 meses com 2 anos de gefitinibe para CPNPC II-IIIA operado, EGFR mutado (Del19 ou L858R). O desfecho primário foi SLD e foram recrutados 222 pacientes. Com seguimento mediano de 36,5m, o braço G alcançou maior SLD do que VP (28,7m x 18,0m; HR 0,60 p= 0,005). A SLP em 3 anos também favoreceu o braço G (34.0% vs 27.0%; p= 0,013). Os dados de SG ainda não estão maduros.
Comentário: A diferença de SLP observada é clinicamente relevante, mas as curvas aproximam-se após a suspensão do gefitinibe. É prudente aguardar o amadurecimento dos dados de SG. Resultados dos estudos Alchemist e Adaura em população ocidental são aguardados.
Abstract 2 – Mok T et al. - Dacomitinib versus gefitinib for the first-line treatment of advanced EGFR mutation positive non-small cell lung cancer (ARCHER 1050): A randomized, open-label phase III trial. No=LBA9007.
Dacomitinib (D) é um inibidor de EGFR de segunda geração. O estudo comparou dacomitinibe versus gefitinibe (G) em 1L para CPNPC EGFR mutado, IIIB/IV/recorrente. O desfecho primário foi SLP (revisão central independente) e foram recrutados 452 pacientes. A TR foi semelhante entre os braços (G: 72%; D: 75%), mas o braço D apresentou maior SLP (14,7m x 9,2m; HR 0,59 p<0,0001). D mostrou-se mais tóxico que G, com maior incidência de eventos adversos grau 3 (diarréia, dermatite, paroníquia e estomatite) e maior percentual de redução de dose (66,1% x 8%). Dados de SG não estão maduros.
Comentário: Esse é o primeiro estudo de fase 3 a demonstrar superioridade de um TKI de 2a geração sobre um TKI de 1a geração no tratamento de 1L. Os resultados denotam um ganho de SLP robusto favorável ao Dacomitinibe, ao custo de maior toxicidade.
Abstract 3 – Shaw et al. - Alectinib versus crizotinib in treatment-naive advanced ALK-positive non-small cell lung cancer (NSCLC): Primary results of the global phase III ALEX study. No= LBA 9008
Estudo multicêntrico randomizado que comparou Alectinibe (A) versus Crizotinibe (C) em 1L para pacientes com CPNPC IIIB/IV com rearranjo de ALK. O desfecho primário foi SLP e foram recrutados 303 pacientes, com tempo mediano de seguimento em torno de 18 meses. A SLP no braço C foi 11,2m, mostrando-se substancialmente maior no grupo A (mediana não alcançada, limite inferior do IC em 17,7m). Um desfecho secundário de grande relevância foi o tempo para progressão em SNC. No braço C, 41,4% dos pacientes progrediu em SNC em 1 ano comparado a apenas 9,4% no braço A. No braço A também houve menor número de eventos adversos G3/4 (41% x 50%), menos reduções de dose (16% x 21%) e menos interrupções por toxicidade (19% x 25%). Os dados de SG não estão maduros ainda.
Comentário: Este aguardado estudo confirmou os resultados do trial japonês J-ALEX. Em ambos, Alectinibe demonstrou ganho de SLP com ampla margem de vantagem e com melhor perfil de segurança. Somando a isso a maior proteção do SNC, Alectinibe, quando disponível, deverá tornar-se a principal escolha de 1L em pacientes com rearranjo de ALK.
Abstract 4 – Hellman et al. - Nivolumab (nivo) ± ipilimumab (ipi) in advanced small-cell lung cancer (SCLC): First report of a randomized expansion cohort from CheckMate 032. No=8503
CheckMate 032 é um estudo de fase I/II de múltiplas coortes no tratamento de tumores sólidos. Nesta ASCO foram apresentados os resultados da coorte randomizada de nivo ± ipi em pacientes com CPPC avançado previamente expostos a platina, em 2L ou 3L. Os casos foram randomizados 3:2 (147 nivo; 95 nivo-ipi) com desfecho primário taxa de resposta e mediana de seguimento de 11 meses. A TR com nivo foi 12% e com nivo-ipi foi 21%. Os dados de segurança compilados das coortes randomizada e não randomizada revelaram eventos adversos G3/4 em 12% (nivo) e 37% (nivo-ipi) dos pacientes. Os autores não apresentaram as curvas de SLP e SG.
Comentário: Os dados apresentados na ASCO foram os primeiros resultados comparativos, randomizados, de nivo versus nivo-ipi em CPPC. A publicação da coorte não randomizada do CheckMate 032 (Antonia et al. Lancet 2016) havia levado à inclusão da associação nivo-ipi no guideline do NCCN. Embora os resultados atuais tenham confirmado a TR observada previamente, a futura apresentação dos dados de SLP e OS é aguardada para maiores conclusões sobre a adoção desta estratégia de maneira rotineira.
Abstract 5 – Gadgeel et al. - Phase II study of maintenance pembrolizumab (pembro) in extensive stage small cell lung cancer (ES-SCLC) patients (pts).
O estudo avaliou pembrolizumab de manutenção em pacientes com CPPC (doença extensa) apresentando RP/RC/DE após QT com etoposide/platina. O desfecho primário foi SLP e foram incluídos 45 pacientes com qualquer nível de expressão de PD-L1. A mediana de SLP foi 1,4m e de SG 9.4m, com 21% dos pacientes sem progressão em 6m. A TR observada foi 11,8%, com perfil de EAs semelhante ao esperado para pembrolizumab.
Comentário: Os resultados de monoterapia com pembrolizumabe na manutenção pós quimioterapia para CPPC (doença extensa) não pareceram animadores. Estudos adicionais serão necessários para caracterização de pacientes com maior benefício a terapias anti-PD1 nesse cenário.
Helano Freitas, MD, MSc
Oncologista Clínico, Coordenador Científico da Unidade de Pesquisas Clínicas, AC Camargo Cancer Center.